Espaço: a fronteira final?

O ser humano é fascinado pelo espaço. Fenômenos da cultura pop como Star Wars, Star Trek e Avatar nos prometem aventuras intergalácticas, com possibilidades aparentemente ilimitadas e uma vastidão que suspende qualquer descrença. Desde a antiga astrologia e a observação dos céus pelos povos, há muito tempo estamos obcecados em como as estrelas podem explicar nosso comportamento e nos ajudar a controlar nosso destino. Nos anos 1950, a humanidade se voltou para a Lua, provando nossa obsessão pela exploração. Os oceanos e as montanhas da Terra já foram as fronteiras finais; agora, estamos prontos para explorar a galáxia.

Espaço: a fronteira final?
Arte de Frank Moth

A ficção científica mostra um espaço onde há dezenas de planetas muito parecidos com a Terra. A gravidade é a mesma para todas as espécies alienígenas, a composição do ar e até a genética é tão parecida que crianças híbridas podem ser geradas e correm por aí em paisagens extraterrestres. Claro, precisamos pensar nos custos de maquiagem, efeitos especiais e de locação para conseguir um ambiente alienígena perfeito. Porém, muitos podem imaginar que viajar pelo espaço é algo fácil, e não é.

Para alguns, o turismo espacial será o meio pelo qual a humanidade deixará a Terra, indo cada vez mais longe. Entretanto, viajar pelo espaço é muito caro, algo ainda reservado para bilionários desocupados e celebridas com grana para pagar o frete. Existe uma longa fila de civis esperando por passagens para o espaço, mas ainda não chegamos a um modelo acessível nem mesmo para eles.

A tecnologia tende a avançar, obviamente. Assim, muitos acreditam que ao longo das décadas, as viagens espaciais ficarão cada vez mais baratas, bem como as instalações e a forma de se viajar. Com a aviação comercial foi assim. Começou cara e inacessível e hoje tem países na Europa com voos comerciais na casa de poucos euros. Com o tempo, pode ser que as passagens para o espaço também se tornem mais acessíveis.

Toda essa conversa levanta uma importante questão moral: o turismo espacial comercial é algo que deveríamos estar explorando como sociedade? Pense, por exemplo, no impacto ambiental. Um único lançamento de foguete tem uma pegada de carbono imensa, semelhante a 25 vôos de avião de longa distância. Mesmo opções de menor escala, como os balões, são alimentadas por milhares de metros cúbicos de hélio, o único elemento totalmente não renovável do planeta.

E não vamos esquecer a fragilidade da espécie humana. O voo espacial apresenta vários riscos à saúde, desde a radiação até o possível comprometimento da funcionalidade cerebral. De acordo com especialistas da NASA, voos espaciais contínuos por mais de 30 dias podem deslocar o cérebro para cima e alterar as habilidades motoras e cognitivas. Afinal, lançar-se ao espaço não é um passeio no parque. Ir ao espaço hoje é como uma escalada no Monte Everest: apenas os ricos têm acesso e o impacto ambiental é enorme.

Os fãs dos voos espaciais dizem que o céu azul não é o limite. Mas talvez o limite seja nosso corpo e nossa tecnologia mesmo.
Até mais!

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