Está vendo a imagem abaixo? É um céu noturno numa vasta planície, com madrugada alta. Mas ela não é do céu da Terra. Na verdade esta imagem foi captada pelos sensores do hoover Spirit, em Marte. Para enxergar o tema do post de hoje, você vai precisar observar a imagem e procurar um pontinho branco no céu. Vai lá, pode levar o tempo que precisar.
Se já fez isso, você acabou de enxergar o planeta Terra do ponto de vista de um marciano. Assim como enxergamos os planetas daqui, também é possível ver a Terra deles. E surpreende ver um planeta tão perto de nós mostrar nosso lar de maneira tão insignificante.
Se já fez isso, você acabou de enxergar o planeta Terra do ponto de vista de um marciano. Assim como enxergamos os planetas daqui, também é possível ver a Terra deles. E surpreende ver um planeta tão perto de nós mostrar nosso lar de maneira tão insignificante.
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A Terra é um palco muito pequeno, numa imensa arena cósmica.
Carl Sagan
Que curioso perceber o quanto nossa casa é pequena e quase desaparece no céu de um planeta ainda menor que a Terra e desabitado. Parece que uma fragilidade nos atinge e nos diminui perante a grandeza do universo. Diante de tamanha imensidão, a pergunta feita não é se estamos sozinhos e sim qual a nossa importância em tamanha variedade de planetas, estrelas, nebulosas e galáxias espalhadas pelo universo em incontáveis milhões de anos-luz.
O ser humano por muito tempo acreditou ser e estar no centro do universo (geocentrismo) devido à religião e devido às observações em especial dos gregos. A religião dizia que Deus teria concentrado sua criação e a colocado como o início do tempo e de todas as coisas. E os gregos, em especial Aristóteles e Ptolomeu, aceitavam o fato, pois pela lógica caso a Terra se movesse, as nuvens, os pássaros ou os objetos em queda livre seriam deixados para trás (até porque aqui nós não temos a sensação física do movimento, o que alimentou o modelo por muito tempo).
A Igreja propagou o conhecimento aristotélico e por muito tempo aceitava-se sem reclamações. Mas o princípio copernicano diz que a Terra não tem nada de especial na arquitetura do universo, que sequer temos um lugar de destaque. Era uma revolução no modelo geocêntrico que colocava a Terra no centro de tudo e tirava o ser humano do seu trono galáctico.
O princípio da mediocridade é um complemento daquele oriundo de Copérnico. Uma definição dele seria:
(...) é a noção da filosofia da ciência de que não há nada de especial com o ser humano ou com a Terra. É utilizada como uma heurística para a posição da Terra e também como uma afirmação filosófica sobre a existência da humanidade. Num contexto mais amplo, o princípio da mediocridade diz que sempre que se observa um fenômeno, tal fenômeno é uma dentre muitas ocorrências; se alguém testemunha um evento extraordinário, deve-se assumir que tal evento ocorreu ou ocorrerá mais de uma vez, caso haja circustâncias propícias. (Wikipedia)
A palavra medíocre é pesada para muitas pessoas. Na grandeza do universo, ela quer dizer que somos infinitamente pequenos diante de sua magnitude. Mas nossas ações podem ser medíocres no sentido da sordidez da personalidade humana. Já que não há nada de especial em nossa existência e já que somos apenas grãos de poeira embaixo das unhas do universo, devemos começar a dar importância em preservar nosso legado, preservar nossas memórias, dar valor ao lugar em que vivemos e tentar ser pessoas melhores.
Para entender a nossa posição no universo, clique e aumente a imagem abaixo e perceba sua magnitude.
A imagem mostra desde a Terra até o universo observável, passando por diversas escalas. Fica difícil compreender então o que muitos místicos e ufólogos dizem, que uma raça alienígena concentrou na Terra seu centro de estudos e que estão aqui para nos ajudar a evoluir. Ainda existe um pensamento centralizador, só que desta vez não no planeta, mas no gênero humano, o antropocentrismo, que nos considera o ápice da criação.
Comparado ao que deve existir por aí, será que somos assim tão atraentes? Somos atraentes para nós mesmos e buscamos lá fora uma razão para nossa existência, para não nos sentirmos sozinhos. Procuramos por vida inteligente lá fora, mas esquecemos de procurar aqui mesmo. E mesmo que encontremos inteligência fora daqui, ela vai querer ter algo com essa raça humana passional e destrutiva? Somos capazes de fazer sonetos, curar doenças, mas causamos doenças e escrevemos frases de ódio. É tudo tão contraditório que faz pensar o quanto nossa espécie vai durar. No final, seremos apenas pó de estrelas e restos de carbono pairando sobre nossos epitáfios.
Até mais!
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