Planetas anões em comparação com a Terra. |
Mas o que é um planeta anão? São corpos celestes menores que um planeta comum. Um planeta como a Terra, por exemplo, tem uma órbita desimpedida, ou seja, ele é capaz de limpar seu caminho ao redor do Sol seja pela força da gravidade, seja por colisões. Os planetas anões são menores e não são capazes de capturar esses objetos e acabam dividindo suas órbitas com outros corpos semelhantes, mesmo que tenha gravidade suficiente para ser um corpo estelar relativamente esférico, o que o diferencia de grandes meteoritos.
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Até o momento, no nosso sistema solar, são cinco planetas anões do tipo plutoide:
PLUTÃO

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Visão hipotética do Sol da superfície de Plutão. |
Plutão ganhou o nome do deus do submundo, cujo equivalente grego era Hades. Além de Caronte, mais dois satélites naturais dividem o espaço com Caronte, Nix e Hidra, descobertas em 2005. As mitologias japonesa, chinesa e coreana deram-lhe o nome de estrela rei do submundo (冥王星). Ele leva 248 anos para completar uma órbita ao redor do Sol e quando comparado com os outros planetas que possuem órbitas quase planas, Plutão orbita bastante inclinado e com grande excentricidade, ora estando perto do Sol, ora estando perto de Netuno. Enquanto a Terra leva 24 hs para completar uma volta em torno de seu eixo, ele leva mais de 6 dias. Ainda não existem imagens diretas de Plutão devido sua distância, mas em 2015 a sonda New Horizons deve chegar até ele e quem sabe elucidar seu mistério.
ÉRIS

Seu nome completo é 136199 Eris, sendo possivelmente maior que Plutão e foi sua descoberta que fez os astrônomos reclassificarem os planetas. Ele leva cerca de 560 anos para completar uma órbita ao redor do Sol que é excêntrica como Plutão. Ainda não se tem muitas notícias sobre ele, tamanha a distância em que ele se encontra. Sequer uma imagem clara e nítida se tem dele.
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Distância de Éris de Plutão e do restante dos planetas do sistema solar |
CERES

Ceres é na mitologia romana a deusa das colheitas, cujo equivalente grego é Deméter. Também era a deusa do amor maternal. Era a matrona de todos os grãos, tanto que cereais é derivado de seu nome e como a cerveja é derivada de um grão, o levedo responsável pela fermentação da mesma recebeu o nome de Saccharomyses cerevisiae.
Por muito tempo ele foi classificado como um asteróide, mas a polêmica em torno de Plutão e Éris foi tanta, que a classificação foi refeita e ele se tornou um planeta anão. Ao que tudo indica, ele não tem a mesma origem dos asteróides com quem divide órbita no cinturão. Estima-se que ele seja um bom lugar para ocupação humana no futuro, pois possui gelo, para produção de água potável e recebe luz solar suficiente para a geração de energia.
HAUMEA (ATÉGINA)
Outro habitante do Cinturão de Kuiper, também cercado de polêmica. Primeiro, sua forma alongada, pouco semelhante a um planeta. Depois sua rápida rotação e por fim seu albedo altíssimo, causado pelo gelo em sua superfície.Existe uma polêmica também por causa do nome. Haumea é a deusa havaiana da fertilidade e dos nascimentos. Atégina é possivelmente uma das mais antigas divindades cultuadas na região da Lusitânia e da Bética, hoje conhecida como Península Ibérica. Seu culto já era popular antes da chegada dos romanos, que a identificaram com Proserpina, ou Perséfone, filha da deusa Ceres (Deméter), a mesma que foi raptada por Plutão (Hades) e levada para o submundo. O mito é uma metáfora sobre as quatros estações, pois Ceres disse que não produziria mais grãos nem comida cresceria nos campos enquanto sua filha não fosse devolvida. O acordo com Plutão então foi: ela passava seis meses no submundo (outono e inverno) e o restante do ano ficava com a mãe na superfície (primavera e verão).
A polêmica com relação ao nome se dá pela briga entre os descobridores. José Luis Ortiz y Francisco Aceituno e Pablo Santos Sanz, astrofísicos do Instituto de Astrofísica de Andaluzia descobriram o planeta anão e enviaram os dados aos órgãos competentes com o nome de 2003 EL61. Algum tempo depois, o descobridor de Makemake e Éris, Mike Brown, da Caltech, disse já ter descoberto 2003 EL61 e chegou a acusar os espanhóis de terem roubado sua descoberta ao The New York Times.
O Instituto de Astrofísica de Andaluzia enviou um pedido formal de nomeação para o planeta anão como Atégina, enquanto Mike Brown ainda alegava ser o verdadeiro pai da criança. Mesmo tendo aceitado a proposta, o comitê anunciou de maneira inexplicável que o nome seria Haumea, o nome proposto por Mike Brown. Para piorar a situação, a UAI (União Astronômica Internacional) apoiou Brown, quebrando uma tradição rígida de dar o nome escolhido ao corpo celeste pela equipe que o descobriu primeiro, neste caso, os espanhóis com seu nome escolhido, Atégina. Deu para perceber que no meio científico o mau caratismo também está firme e forte.
Seja como for e qual nome foi escolhido - acho Atégina mais simpático - há um novo planeta anão na família do sistema solar.
MAKEMAKE
Ele é o terceiro maior planeta anão do sistema solar. Sua superfície é provavelmente coberta por metano, etano e nitrogênio, sendo um dos mais gelados do sistema solar, -243°C. Na mitologia Rapanui (Ilha de Páscoa), ele é o deus criador da humanidade, deus da fertilidade e o chefe do culto Tangata manu, o homem pássaro, o líder terreno de Makemake. Além disso, sua descoberta foi perto da Páscoa e decidiram dar o nome para manter a ligação.Ele leva cerca de 310 anos para completar uma órbita em torno do Sol, órbita essa tão excêntrica quanto seus companheiros Plutão, Éris e Haumea/Atégina. Não se sabe com certeza seu diâmetro, mas estimativas o colocam entre 1500 km, com erro de 200km para mais ou menos.
É bem provável que outros sejam descobertos. Acredito que foi possível perceber o quanto sabemos pouco sobre nosso próprio sistema solar. Mas as descobertas o deixam cada vez mais rico e habitado.
Até mais!