A deusa do amor tinha um culto poderoso e muito popular na Antiguidade. Senhoras de Roma e das colônias entravam para as ordens que a cultuavam que normalmente a associavam à deusa Ishtar dos Acádios e às deusas egípcias Ísis e Hathor. Todas elas representavam o amor, a beleza, maternidade e a feminilidade.
Por erro de associação, o planeta Vênus é muito conhecido no Brasil como a estrela da manhã, estrela da tarde, estrela Dalva ou ainda estrela D’Alva, mas nem todo mundo sabe que ele é um planeta e que brilha intensamente por ser uma caldeira em ebulição. A temperatura superficial pode passar dos 490°C facilmente. Imagens da sua superfície mostram estruturas recentes e praticamente lisas, como se o planeta tivesse sido todo recapeado por ação vulcânica. Mesmo com essa evidência, ele não possui placas tectônicas, portanto essa ação continua um mistério.
Os cientistas, no passado, acreditavam que o irmão da Terra fosse um planeta rico em vegetação exuberante, tropical, com habitantes altos e esguios pelo fato de a gravidade ser um pouco menor. Engano completo. Além de ser uma caldeira, ele possui nuvens com ácido sulfúrico e um efeito estufa permanente, com pressão atmosférica 92 vezes maior que na Terra. A densidade das nuvens impede que sua superfície seja vista por um telescópio comum. Foi apenas em 1990-91 que o projeto Magellan conseguiu fazer um mapeamento eficiente.
Os babilônios foram os primeiros a catalogar e a estudar Vênus. Foram eles que a associaram a Ishtar. Por ser um objeto muito brilhante, é comum observá-lo com intensidade até mesmo de dia, num céu claro. Mas a melhor descrição para ele, ou um nome melhor veio da astrologia védica indiana, onde Vênus é conhecido como Shukra, que significa “claro, puro”, ou “brilho, clareza”, em sânscrito.
O símbolo astronômico da dama do céu é o mesmo símbolo usado para representar o gênero feminino. É interessante fazer a analogia. Controverso, misterioso, personificação da feminilidade, do amor, do sexo e da beleza, por quem o homem erigiu monumentos e partiu para guerra. Certamente, uma dama. E merece respeito.
Até mais!
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