8 exploradores que mudaram o mundo

As viagens de exploração ao longo da história humana moldaram o mundo em que vivemos hoje. Desde antigos marinheiros, que conectaram diferentes civilizações e estimularam o intercâmbio cultural, até as primeiras viagens de descoberta que levaram ao descobrimento de novos continentes, cada jornada contribuiu para nossa compreensão do mundo e nosso lugar nele.

8 viagens que mudaram o mundo

As viagens antigas exigiram grande coragem da parte de seus desbravadores, além de desenvoltura e adaptabilidade daqueles que as empreenderam. Mas é preciso lembrar também sobre o lado negativo dessas viagens, principalmente aquelas que levavam a "descobrimentos" como nas Américas. Sabemos bem o que houve com os povos nativos e o extermínio que veio em seguida.

8. Cristóvão Colombo - partiu para a Ásia, encontrou a América
Cristóvão Colombo
Nascido em Gênova, na Itália, em 1451, Colombo é talvez o explorador mais famoso de todos os tempos. Em particular, ele é famoso por sua tentativa de encontrar uma nova rota para o lucrativo comércio de especiarias na Ásia. Indo contra o conhecimento aceito na época, Colombo acreditava que, navegando para o oeste através do Atlântico, ele poderia alcançar a Ásia mais rapidamente do que navegando pelo extremo sul da África como todos os outros faziam.

Conseguir patrocinadores para sua viagem não foi tarefa fácil. A maioria das pessoas acreditava que a Terra era plana e achava que o navio de Colombo cairia pela borda da Terra. Aqueles que aceitavam a ideia de que a Terra era um globo pensaram que ele iria se perder. Ainda assim, em 1492, Colombo zarpou do porto de Palos, na Espanha, rumo ao oeste. Levou consigo três navios, o Nina, o Pinta e o Santa Maria.

Depois de algumas semanas no mar, Colombo e sua tripulação avistaram terra, que eles acreditavam ser a Ásia. Em vez disso, eles chegaram a uma ilha nas Bahamas, que Colombo chamou de San Salvador. Nos meses seguintes, Colombo e seus homens exploraram as costas de Cuba e Hispaniola, estabelecendo o assentamento de La Navidad. Ao longo dos anos, Colombo fez um total de quatro viagens ao Novo Mundo. Uma vez aclamado como um herói, hoje seu legado é debatido. Por um lado, ele é considerado o responsável pela abertura das Américas à exploração e colonização europeia.

Por outro lado, o que um povo chama de colonização, outro chama de exploração. Seu tratamento aos povos indígenas nas novas terras foi cruel. Colombo e seus homens trouxeram doenças e violência para o Novo Mundo e os colonizadores europeus escravizaram e exploraram muitos dos habitantes locais com consequências que podem ser sentidas ainda hoje.

7. Fernão de Magalhães - A Volta ao Mundo em 1095 Dias
Fernão de Magalhães
Cristóvão Colombo não foi o único europeu cujas viagens se concentraram no comércio de especiarias. Fernão de Magalhães, nascido em Portugal em 1480, foi um soldado e marinheiro contratado pelo governo espanhol para liderar uma expedição para encontrar uma rota ocidental para as ilhas de especiarias da Indonésia.

Ele partiu da Espanha em 1519 com uma frota de cinco navios e uma tripulação de mais de 200 homens. Ele cruzou o Atlântico e viajou para o sul ao longo da costa da América do Sul. Ao fazer isso, ele descobriu uma passagem que levava ao extremo sul do continente, o Estreito de Magalhães. Sua viagem continuou enquanto ele cruzava o Oceano Pacífico, encontrando várias novas ilhas ao longo do caminho, incluindo Guam e as Filipinas.

A viagem de Magalhães foi longa. Tanto tempo, na verdade, que quando sua tripulação retornou à Espanha em 1522, eles haviam circunavegado o globo. As primeiras pessoas na história a fazê-lo. Apesar de ser lembrado como o primeiro homem a circunavegar o globo, Magalhães não terminou sua viagem. Foram inúmeros desafios ao longo do caminho, de tempestades a motins e escaramuças com pessoas engenhosas. Uma dessas escaramuças foi fatal e Magalhães caiu nas Filipinas, morto por uma lança de bambu, em 27 de abril de 1521, depois de tentar converter os habitantes locais ao cristianismo.

6. Sir Francis Drake - circunavegou o globo (e sobreviveu)
Sir Francis Drake
Fernão de Magalhães pode ter sido o primeiro homem a circunavegar o globo, mas Sir Francis Drake, o segundo homem a fazê-lo, o fez com estilo. Drake foi um explorador, corsário e comandante naval inglês do século XVI, cujas viagens se tornaram lendas. A primeira viagem de Drake foi em 1567, quando ele navegou para o Caribe como parte de uma expedição de comércio de escravos. Nos dez anos seguintes, ele fez várias viagens às Américas. Durante essas viagens, ele era um corsário sancionado pelo estado e invadiu navios e assentamentos espanhóis, acumulando grande riqueza e fama no processo.

Em 1577, ele usou essa riqueza para iniciar uma viagem de três anos ao redor do mundo, copiando a façanha de Magalhães. Ao longo do caminho, ele explorou a costa oeste da América do Sul, reivindicou terras para a Inglaterra no que hoje é a Califórnia e negociou com o povo das Molucas na atual Indonésia. Talvez sua maior conquista tenha ocorrido em 1588, quando desempenhou um papel fundamental na derrota da Armada Espanhola, enviada para invadir a Inglaterra. Os anos de experiência e habilidade de Drake como comandante naval ajudaram a virar a maré da batalha e garantir uma vitória massiva para a Inglaterra.

5. Leif Erikson - primeiro europeu a pisar em solo norte-americano
Leif Erikson
Muito antes de Cristóvão Colombo existiu Leif Erikson, um explorador nórdico bastante ativo durante o século X. Segundo as sagas nórdicas, a maior conquista de Leif foi quando ele navegou da Groenlândia para uma região chamada Vinland, que se acredita estar em algum lugar da moderna Terra Nova, hoje Canadá. Nosso conhecimento da história nórdica é notoriamente irregular, mas acredita-se que a viagem de Leif partiu por volta do ano 1000 d.C. É provável que ele tenha tido a ideia de sua jornada depois que outro famoso explorador nórdico, Bjama Herjolfson, foi desviado do curso enquanto navegava para a Islândia e tropeçou numa região desconhecida.

Leif partiu com cerca de 30 de seus melhores homens e, ao chegar em Vinland, estabeleceu um assentamento viking em uma área chamada L'Anse aux Meadows. Eles não ficaram lá por muito tempo (estimativas de datação por carbono indicam que foi de 990-1050 d.C.), mas foi uma grande conquista na exploração e colonização nórdica. Evidências de construções nórdicas, incluindo uma casa e uma ferraria, foram encontradas e acredita-se que eles negociaram e interagiram com os habitantes locais, a quem apelidaram de “Skraelings”.

Leif Erikson é uma figura célebre na cultura e mitologia nórdica, mas apenas nos últimos anos ele começou a receber o reconhecimento que merece como o primeiro europeu a desembarcar na América do Norte. Hoje L'Anse aux meadows é um Patrimônio Mundial da UNESCO e uma atração turística popular.

4. Píteas - o grande geógrafo grego
Píteas
Píteas foi um grande cartógrafo e geógrafo grego, nascido por volta de 350 a.C.. Passou grande parte do século IV a.C. em viagens explorando a costa da Europa. Sua viagem mais famosa foi quando ele partiu da colônia grega de Massalia (atual Marselha, na França) e navegou para o norte, alcançando regiões que os gregos nunca haviam visto antes. Sua conquista mais famosa talvez seja a descoberta da terra de Thule no Atlântico Norte. Isso é um pouco estranho porque, para todos os efeitos, Thule não existe e nunca existiu. Píteas acreditava ter descoberto uma ilha congelada até então desconhecida no norte da Grã-Bretanha; o único problema é que não havia ilha lá.

Hoje, muitos historiadores acreditam que Píteas estava mentindo ou se perdeu. É provável que “Thule” fosse na verdade a Noruega ou a Islândia dos dias modernos. Ele descreveu Thule como uma terra de gelo e neve perpétua, onde o sol mal nasce. É mais provável que descrevesse qualquer lugar perto da Inglaterra como perpetuamente úmido e cinza. Píteas não descobriu apenas ilhas imaginárias. Ele viajou pela costa da Grã-Bretanha, Islândia e norte da Alemanha, documentando os costumes e estilos de vida das pessoas que conheceu ao longo de seu caminho.

Suas maiores realizações são de cunho científico. Ele era fascinado por sistemas de marés, tema que estudou e descreveu em detalhe. Também é considerado um dos primeiros navegadores a identificar o fenômeno do sol da meia-noite, onde o sol permanece visível 24 horas por dia no extremo norte durante os meses de verão.

3. Zheng He - o maior explorador da China Antiga
Zheng He
Não é apenas a Europa que nos deu algumas das maiores viagens da história. O explorador chinês Zheng He nasceu na China em 1371. Um importante almirante da marinha imperial da dinastia Ming, Zheng He recebeu uma importante missão: liderar uma série de viagens para estabelecer relações diplomáticas e comerciais com outros países. Sua primeira viagem ocorreu em 1405 e foi de grande escala. Zheng He comandou mais de 300 embarcações, incluindo navios de tesouro colossais medindo até 400 pés de comprimento (121,92 m). As viagens tinham um objetivo, promover o poder e o prestígio chinês e era missão de Zheng He entregar presentes e tesouros aos líderes dos países que visitava.

Sob o imperador Yongle (terceiro imperador da dinastia Ming) e o imperador Xuande (quinto imperador Ming), Zheng He realizou 7 viagens. Ele visitou vários países e regiões, incluindo o Sudeste Asiático, Índia e África Oriental. Ao longo do caminho, ele estabeleceu importantes postos comerciais chineses e missões diplomáticas nessas áreas. Em suas viagens de volta, ele trouxe para casa animais exóticos, como girafas e zebras, para entreter a corte chinesa.

Tudo isso não foi fácil, nem barato. Embora suas viagens tenham sido conquistas notáveis tanto na exploração marítima quanto na diplomacia, após sua morte em 1433, o governo chinês se fechou para o mundo e pôs fim à era de exploração da China.

2. Hanno, o Navegador - antiga viagem para a África
Hanno, o Navegador
Hanno, o Navegador, ou Hanão, o Cartaginês, como também era conhecido, foi um explorador da antiga cidade-estado de Cartago, localizada na atual Tunísia. No século V d.C, ele partiu em uma viagem ao longo da costa oeste da África procurando estabelecer novas rotas comerciais que expandiriam a influência de seu povo.

Hanno viajou por toda parte. Seus navios o levaram ao longo da costa atlântica da África por países como os atuais Marrocos, Senegal e Gâmbia. Ao longo do caminho, Hanno parou para conhecer os povos locais, encontrando novas terras e povos, incluindo o povo das Ilhas Verdes. Hanno registrou suas viagens em um texto chamado Périplo de Hanno, que detalha as terras e povos que encontrou.

Embora alguns historiadores hoje duvidem de sua precisão, ele ainda é visto como um documento importante na história da exploração e da geografia. A viagem de Hanno ajudou a estabelecer a influência de Cartago ao longo da costa oeste da África e abriu caminho para mais exploração e comércio na região.

1. Erik, o Vermelho - o grande aventureiro nórdico
Erik, o Vermelho
A história geralmente se concentra nos exploradores que fizeram as descobertas mais famosas ou cujas realizações tiveram o impacto mais visível na história. Mas muitas vezes os sucessos e conquistas deles não seriam possíveis se não fosse pelo trabalho dos exploradores menos conhecidos que vieram antes.

Erik, o Vermelho, foi um explorador e aventureiro nórdico cujas viagens abriram caminho para as expedições nórdicas posteriores à América do Norte durante o século X d.C. Segundo a lenda, Erik foi exilado e expulso da Islândia após cometer um assassinato e então partiu em busca de novas terras para viver. Junto de sua tripulação, Erik navegou para o oeste através do Atlântico Norte e finalmente chegaram a uma terra remota e desabitada que chamaram de Groenlândia. As condições eram difíceis e o ambiente era desafiador, mas Erik e seus seguidores conseguiram estabelecer vários assentamentos, prosperando lá por vários séculos.

Esses assentamentos permitiram que exploradores posteriores, como Leif, se dirigissem ainda mais para o norte, descobrindo a América do Norte. Hoje Erik é lembrado como um explorador ousado que desempenhou um papel crucial na formação da história da região do Atlântico Norte.

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