Rastreando seres humanos

A tecnologia tem tornado os chips e os computadores cada vez menores. Em praticamente tudo hoje na sociedade podemos encontrar algum chip. Do bilhete único usado nas catracas dos ônibus e do metrô de São Paulo, aos supermercados, o mundo hoje parece totalmente dependente desta tecnologia. Mas implantá-la em humanos é algo correto?






A escritora de fantasia e ficção científica norte-americana Elizabeth Moon sugeriu em uma entrevista à Rádio BBC que os governos deveriam implantar códigos de barras nos bebês assim que nascessem, para terem um melhor controle da população, podendo oferecer serviços adequados e prevenir crimes. Poderia ser um código de barras ou um chip implantado sob a pele.

Essa tecnologia aparece na ficção científica com certa frequência. No filme Aliens, o Resgate (1986), todos os colonos em LV-426 tinham um chip implantado na pele. No filme O Demolidor (1993), a população inteira possui chips que são usados até em transações bancárias. Assim como muitos avanços tecnológicos, implantar um chip num ser humano ou tatuar um código de barras numa criança é algo que tem dois lados.

O lado positivo
Olhando única e exclusivamente pelo lado bom, poderíamos encontrar crianças perdidas com facilidade, determinar onde estão, bem como com idosos que precisem de supervisão constante. Seria possível implantar tais chips na população carcerária e assim ter um controle em tempo real, sabendo se alguém fugiu ou até mesmo se morreu. Pacientes em estado grave em hospitais tendo tais chips teriam suas informações atualizadas para o corpo médico que poderia acompanhar suas funções de um smartphone ou de um simples computador.

O lado negativo
Benjamin Franklin disse uma vez: "Uma sociedade que abra mão de um pouco de liberdade para ter um pouco de segurança não os merece e perderá os dois." Como fica a privacidade do indivíduo e sua liberdade se o seu governo tem o poder de saber onde você está, se está viajando, se está morrendo ou se está preso? Em um mundo onde nenhuma rede é segura o bastante e sofre ataques constantes, é algo prudente codificar todos os dados de um indivíduo e colocá-los em um chip? Um hacker poderia trocar sua identidade, criar uma bela ficha criminal e te jogar na cadeia, sem que você tenha feito nada.

Desde 2006, os passaportes dos Estados Unidos possuem um chip de identificação por radiofrequências (RFID), com todas as informações do documento e do usuário. Com ele é possível saber por qual aeroporto e em quais localidades do mundo aquele passaporte está ou esteve. Outros projetos incluem um chip medicinal implantado no corpo e acoplado a um dispositivo que libere medicamentos internamente, sem injeções. Em 2002, um chip de identificação implantável chamado VeriChip foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, contendo dados do usuário, mas foi abandonado em 2010 quando entidades em defesa dos direitos civis protestaram, alegando invasão de privacidade.

Grandes obras de ficção científica distópicas mostram esse controle abusivo do Estado na sua população. Aliás, é uma das características mais marcantes de várias distopias, como 1984 e V de Vingança. O indivíduo é vigiado, espionado e qualquer desvio de conduta do mesmo pode resultar em prisão, tortura e morte. Nós já temos câmeras nas ruas, nos ônibus, nos espaços públicos, precisamos mesmo de mais este tipo de controle que a meu ver não terá um bom uso? Um comércio ilegal de chips, com novas identidades certamente ocorreria, pois nenhum sistema é infalível.

O que você acha dessa polêmica? Concorda com o uso de chips e códigos de barras em seres humanos? Não deixe de comentar.

Até mais!


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