E cheguei ao fim dessa trilogia impressionante! Admito que o terceiro livro tem um final agridoce. Não esperava a guinada que a autora deu em um determinado momento e terminei pensativa, tentando avaliar tudo o que ela fizera até então. Ainda é uma saga incrível, com uma protagonista inteligente e astuta com sede por justiça, ainda que a justiça dificilmente coopere com ela.
Esta resenha pode conter alguns spoilers dos livros anteriores!
Esta resenha pode conter alguns spoilers dos livros anteriores!
O livro
O final do livro anterior foi sangrento e traumático para Pippa. Depois do que houve na casa abandonada da fazenda em Little Kilton, a cena passa por sua cabeça seguidamente. Ela tem crises de ansiedade, não consegue dormir, vê as mãos sujas de sangue, ouve os barulhos dos tiros... Nem de longe ela parece ser aquela moça inteligente, idealista, com sede de justiça. Pippa mais parece um rascunho do que era antes.Mas ao invés de procurar terapia, que era do que ela de fato precisava, Pippa colocou na cabeça de que resolver um caso a ajudaria a lidar com tantas lembranças ruins. Se ela salvasse a vida de um inocente já seria o bastante para salvar a si mesma. Aqui serei obrigada a criticar a escrita da autora porque se tornou repetitiva. Era toda santa vez as mesmas frases sendo repetidas, de que ela tinha que se salvar e tal. Aliás a primeira metade do livro não se parece com os livros anteriores. Ela foi chata, repetitiva e cansativa. Só uma coisa me fez continuar a leitura: um stalker começa a atormentar a vida de Pippa.
A garota começa a receber mensagens estranhas e a ver desenhos na calçada em frente à sua casa, sem contar os pombos mortos. Conforme investiga essas pistas estranhas, ela percebe que o stalker não é só mais um engraçadinho da internet querendo encher o saco, mas sim que há mesmo uma pessoa ruim lá fora e que a está seguindo. Pippa acaba isolada das pessoas que ama porque ninguém acredita nela, nem mesmo a polícia. Esse ponto é interessante, porque nos livros anteriores também há essa alfinetada nas forças policiais que demoram para agir enquanto crimes acontecem.
Pippa começa a investigar o stalker e isso a acaba levando de volta a ninguém menos que Andie Bell, vítima do primeiro livro e que volta e meia aparece com mais um segredo a ser desvendado por Pip. Tenho que dizer que achei o retorno de Andie e suas suspeitas sobre um criminoso a solta em Little Kilton bem interessantes, mas algumas coisas não me convenceram e isso meio que detonou a leitura pra mim. Por exemplo, no primeiro livro descobrimos que Andie é bastante cruel com a irmã mais nova Becca. Mas aqui Andie parece ser um doce de pessoa, preocupada com a irmã, querendo tirá-la da cidade a qualquer preço. UÉ?? Isso meio que quebra a suspensão da descrença, sabe?
Aí chegamos ao grande evento da metade do livro e que vai dominar a narrativa a partir daqui. Admito que fiquei com muito medo por Pippa, pois apesar de não estar gostando da personagem até então, ela é carismática, curiosa, inteligente. É difícil não simpatizar com ela, não sofrer com ela, não temer por sua vida. Só que tem um porém (sempre tem): Pippa também é aquela personagem que de tão inteligente pode ser burra, sabe? Ela se mete em situações quase impossíveis de sair. Há uma recompensa pela forma astuta com que ela age e como encontra soluções, mas PQP!
A verdade era que ainda havia muitas coisas que poderiam dar errado, e daí tudo aquilo teria sido em vão, e Pip nunca mais ficaria bem.
Devo dizer que eu já desconfiava desse stalker desde o primeiro livro. Holly Jackson consegue nos levar por caminhos tortuosos, mas eu sempre ficava esperando que ele fosse se revelar e no final, FUÉN! Mas aqui a autora liga alguns pontos, preenche alguns espaços que acabam interligando os três livros. Foi uma jogada astuta e perigosa, porque muita coisa poderia dar errado aqui. E de certa forma deu, pois detestei o arco de Andie Bell. Ela pinta uma garota horrível no primeiro livro e depois a garota se revela só uma testemunha aterrorizada que queria salvar a irmã. Pra mim isso não colou.
Também não gostei da forma como o livro terminou. Entendo as decisões que a autora tomou, e entendo porque tantas pessoas odiaram os rumos deste livro aqui, porque ele realmente é muito diferente dos dois anteriores. Não sei se é algo que dá certo de se fazer em todas as tramas, com todos os personagens. Fiquei uns dias digerindo esse livro, pensando se tinha gostado do livro ou se foi só uma leitura OK. Tal como os primeiros, não conseguia parar de ler, mas foi uma leitura pouco agradável em vários momentos. E isso não aconteceu nos dois primeiros.
De novo, li o ebook e não o livro físico, mas a edição está bem diagramada, com poucos erros de revisão e/ou de diagramação. A tradução foi de Karoline Melo, como nos livros anteriores, e está muito boa.
Obra e realidade
Algo que se destaca na obra de Holly, principalmente neste segundo livro, é que os conceitos de justiça e de verdade não andam juntos. Desde o caso de Andie Bell que fica evidente o quanto a polícia pode ser falha, acabar se precipitando, não investigar as coisas mais a fundo só porque um jovem saiu de casa e não voltou e não considera isso perigoso. Pip se pergunta várias vezes como que a verdade pode vir a tona e ainda assim ninguém aceitá-la. Inocentes são condenados, culpados são considerados inocentes e no meio disso tudo ficam as verdadeiras vítimas, totalmente desamparadas porque não podem confiar em ninguém. Pip se sente uma representante dessas pessoas, o que a leva a ter tantos problemas.Curti a discussão da autora sobre como aqueles que caçam monstros podem acabar parecidos com eles. Pippa não é infalível e acaba se dando mal em alguns momentos, tomando decisões altamente questionáveis. Mas, ao mesmo tempo, me peguei pensando o que faria no lugar dela. Talvez não tivesse a mesma coragem, talvez tivesse desmoronado muito antes.
Holly Jackson é uma escritora inglesa.
PONTOS POSITIVOS
Pippa e Ravi
Thriller de investigação
Eletrizante
PONTOS NEGATIVOS
Violência
Primeira metade do livro
Pippa e Ravi
Thriller de investigação
Eletrizante
PONTOS NEGATIVOS
Violência
Primeira metade do livro
Avaliação do MS?
Foi um final agridoce para uma série tão boa. O livro não é ruim, mas certamente não alcança os livros anteriores. Aqui senti que ela tentou atar algumas pontas soltas com uma linha frágil demais. E Pippa nem de longe parece ser a mesma garota do primeiro livro. Ela está bem diferente (e até entendo os motivos, ela passou por muita coisa e nós passamos com ela ao mesmo tempo) daquela adolescente do começo. Foi um bom final, que sei que não agradará a todo mundo. Três aliens para o livro.Até mais! 📚
Não conhecia essa trilogia Sybylla, uma pena ter terminado assim, tão desconectado dos livros anteriores. Não sei se é uma leitura que me empolgaria, mas gostei de conhecer por aqui. Beijos :*
ResponderExcluirNão Me Mande Flores ♥