Eu queria ter amado esse livro, sério mesmo, pois adoro viagens no tempo. E o fato de ter mulheres viajando no tempo é ainda mais legal. É o tipo de obra que chamaria minha atenção na hora. Toda a tecnologia envolvida e os paradoxos são bem desenvolvidos. Infelizmente o livro tem alguns problemas que acabaram com o prazer da leitura.
O livro
Kate e sua mãe esperam sua avó em um restaurante. Ela parecia ansiosa para um encontro, apesar de sua mãe não parecer nem um pouco ansiosa em vê-la. Kate não sabe bem o que aconteceu entre elas para as duas se destratarem de tal maneira, mas sua avó parece ser uma senhora bem descolada, inteligente e que carrega um estranho medalhão que brilha num lindo tom de azul. E só Kate parece perceber o brilho.Aliás, essa apresentação da avó de Kate, Katherine, já mostra a mulher forte que ela é. Mesmo estando doente, ela quer conviver mais com a filha e a neta. Mas a mãe de Kate é teimosa e relutante. Ela deixa a filha morar com Katherine por meio período para que as duas possam se conhecer melhor, mas não quer ter muita coisa a ver com o assunto. Senti que essa parte foi pouco explorada pela autora. A explicação que ela dá para o assunto mal resolvido das duas é insuficiente.
Uma das primeiras coisas que Katherine explica para Kate é sobre os terríveis "ataques de pânico e ansiedade" que sua neta tinha sofrido. Não eram simples crises que se resolvem com remédios, eram grandes mudanças na linha do tempo. Cada vez uma grande mudança ocorria na linha do tempo original, as pessoas que podiam viajar por ele sentiam isso de maneira física. Logo, ela revela seu maior segredo: Katherine é uma viajante do tempo. Ela veio do futuro, onde trabalhava como historiadora para uma empresa chamada Chronos. Isso era algo que eu queria ter visto mais, no entanto como este é o primeiro livro, acredito que precisava ser mais introdutório mesmo e espero que a autora traga mais informações e visões sobre a Chronos em próximas edições.
Kate tinha tudo para ser uma protagonista fantástica, algo que sua avó é. Infelizmente a protagonista perde a inteligência quando está perto de um garoto bonito. Um exemplo: ela percebe uma mudança na linha do tempo, uma grande. Quando chega na escola onde seu pai é professor, seu lugar está ocupado por um garoto (gato, óbvio) e na casa onde seu pai deveria morar, há uma professora. Ou seja, seus pais nunca se conheceram, sua mãe não existe e ela, por tabela, também não. Se ela retirar o medalhão do pescoço, Kate vai sumir dessa linha temporal. Uma situação de extremo risco para ela.
O que você faria em seu lugar? Voltaria para a casa de sua avó, que é um lugar seguro de qualquer mudança temporal pra pedir ajuda e pensar no que fazer em seguida ou vai procurar pelo seu pai, que não é seu pai, que não sabe quem você é, que nunca te viu, e diz "oi, pai, você não me conhece, mas sou sua filha"? No mínimo, o cara vai chamar a polícia. Mas é exatamente isso o que ela faz. Além de ficar pensando no beijo apaixonado que um rapaz (gato, óbvio) lhe deu no metrô antes de desaparecer na sua frente, ela vai confiar no garoto gato e loiro da escola, que ela acabou de conhecer, conta tudo pra ele sobre viagens no tempo e tudo mais... Olha. Isso CANSOU durante a leitura, mas cansou mesmo.
Você carrega uma imensa responsabilidade nas costas, tendo que ao menos tentar consertar a linha do tempo para poder existir. Tudo o que você pensaria na sua vida seria sua mãe, seu pai, sua vida normal que foi mudada para sempre, mas Kate não dispensa um só pensamento para a mãe, que nem existe mais. Kate só pensa nos garotos. Na pele dos garotos, no cheiro dos garotos, no olhar dos garotos, na boca dos garotos, se vai poder transar com o garoto. Ai, miga, não força a amizade? Foca na missão?
A autora conseguiu descrever lindamente os lugares e momentos históricos quando Kate precisa viajar no tempo. Você se sente nos lugares, consegue ver aquelas pessoas com clareza e a forma como se comportam e falam estão bem inseridos no contexto. Até mesmo suas roupas são bem descritas, é possível sentir o tremendo desconforto de usar sapatos de salto e espartilhos.
A edição da DarkSide é linda. Adorei a capa em roxo com o detalhe de uma ampulheta. A diagramação também está bem feita e encontrei alguns erros de digitação que não chegam a atrapalhar a leitura. A tradução foi de Fernanda Lizardo e está ótima.
Obra e realidade
Viagem no tempo é meio que um arroz e feijão da ficção científica. Toda franquia, de Star Trek, a Babylon 5, de Stargate a Dark Matter, já trabalhou com o assunto em algum momento, até várias vezes. E uma das coisas que sempre nos alertam a respeito é sobre os paradoxos. Qualquer alteração no passado, por menor que ela seja, pode alterar o presente para frente, nem sempre de maneira benéfica, como vemos em De Volta Para o Futuro.Uma coisa legal que Rysa fez em Chronos foi mostrar uma linha do tempo que já tinha uma alteração: a igreja dos ciristas. Da primeira vez que você lê a respeito, acha o nome curioso, mas não liga muito. Depois, no entanto, percebe que isso está na vida de Kate devido a alterações na linha do tempo e é aí que percebemos que Kate e nós não estamos no mesmo tempo. Será que ela vai conseguir consertar tudo? E quem somos nós para definir qual é a linha do tempo?
Rysa Walker é uma escritora norte-americana da ficção científica e jovens adultos.
PONTOS POSITIVOS
Katherine
Viagem no tempo
Capa e diagramação
PONTOS NEGATIVOS
Kate
Os garotos
Katherine
Viagem no tempo
Capa e diagramação
PONTOS NEGATIVOS
Kate
Os garotos
Avaliação do MS?
Queria ter gostado da Kate, mas tudo o que fiz ao ler sobre sua jornada foi revirar os olhos a cada burrada feita. Tudo bem, ela tem só 15 anos, mas a autora precisava enfiar um triângulo amoroso tão ridículo quanto esse? Toda protagonista precisa da companhia de garotos para terem seus sentimentos divididos e explorados para seguirem em suas jornadas? Foi extremamente cansativo seguir com isso. Felizmente, a avó de Kate e toda a ciência em torno das viagens e os detalhes sobre a Chronos e seu funcionamento salvam o livro. Três aliens para o livro.Até mais!
Ai...vc me salvou com essa resenha! ufa! Eu não costumo ler as resenhas antes de ler, só depois sabe, para não me influenciar....Só que não curti a história nem um pouco, era para eu me apaixonar pela historia, por tudo, mas Kate me pareceu bastante tediosa ahahahahahaha.....Cara, quem pode ter o poder de mudar tudo para o bem ou para o mal e fica pensando só nos boys? ahahahahaha......Eu não consegui me conectar nem com ela, nem com o romance adolescente, me deu a entender que a autora queria focar em um outro tipo de público...mas talvez melhore nos outros livros...mas eu fiquei triste, esperava muito dessa leitura.
ResponderExcluirLi o livro e achei outras questões fracas, não a Kate e os boys. Porque, mesmo ela sabendo que salvando Katherine e "salvando o mundo" o Trey não lembraria dela e de todo o amor que eles viveram, ela foi em frente. Eu também queria que ela fosse ver a Katherine em vez de ir ver o pai dela, mas achei entendível, ela queria saber se ele estava bem em primeiro lugar. Achei meio maçante a leitura até a página 150/200 mais ou menos, porque demorava pra ter ação na história. E em nenhum momento percebi algo em relação sexual com os garotos, seila. Hahahaha.
ResponderExcluirwww.freakandcreepy.com