Resenha: Capitão América - Guerra Civil (2016)

Um dos mais aguardados filmes do ano finalmente estreou e, para a surpresa de muita gente, o filme não apenas tem ótimas cenas de ação, atores e atrizes famosos e muitos efeitos especiais, como também tem um bom roteiro e um bom andamento, diferente do que houve com Batman vs. Superman que desagradou muita gente. Qual é o seu lado nessa guerra?





O filme
Os Vingadores seguem com sua missão de proteger o mundo, mas desde o ataque de Ultron que suas ações acabam deixando destruição por onde passam, causando até mortes de civis. A opinião pública pende de um lado a outro na hora de considerar Os Vingadores como heróis ou como super pessoas sem supervisão. A situação se deteriora ainda mais quando, após uma missão na Nigéria, um tratado surge na tentativa de colocar freios nas ações dos super-heróis para impedir abusos e destruição.

Capitão América Guerra Civil

O problema é que o Capitão América não concorda com isso e do outro lado o Homem de Ferro, atormentado pelos eventos que se sucederam, acha que a ideia é boa. O grupo então se divide entre aqueles que apoiam cada um dos líderes. O capitão Rogers (Chris Evans) acredita que eles devam ter a consciência e a independência de escolher suas missões. Já Stark (Robert Downey Jr.) acha que eles devem cooperar com os políticos e com a opinião pública. Um confronto acaba sendo inevitável entre os dois lados.

A premissa é bem simples, mas o filme é mais que tiro-porrada-e-bomba. Claro, temos grandiosas cenas de ação e pancadaria, com muitos efeitos especiais e os heróis favoritos da galera, mas é o dilema político e moral que comanda as ações dos personagens. E a divisão em team isso, team aquilo, fica muito mais difícil, pois não parece haver um lado certo, nem errado.

Muita gente vibrou com a chegada do Homem Aranha ao time, e a participação foi bem positiva, engraçada, vibrante, pois ele é o mais jovem do grupo e traz muitas falas engraçadas na grande cena de luta em que os dois lados do conflito se encontram. Mas ouso dizer que é o Pantera Negra, príncipe de Wakanda, quem rouba as cenas e é o personagem cujo arco narrativo se completa.

O Pantera Negra parte em busca de vingança depois que um ataque matou seu pai, mas ele cresce e aprende, vê que o conflito não é bem aquilo que ele achava que era e sua busca acaba culminando com um dos melhores momentos do filme, já perto do final. Com uma grande atuação do ator Chadwick Boseman, mal posso esperar pelo filme solo do herói.

Wanda, a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) também é outra personagem que se destaca, pois ela carrega a culpa do que aconteceu na Nigéria. Tanto ela quanto os outros personagens mostram múltiplas camadas de sentimentos, dando um ar humanizado aos heróis. Eles não são só músculos, poderes e porrada, são seres humanos, com grandes poderes e responsabilidades, o que acaba também gerando medo e incompreensão da parte de algumas pessoas.


Junto de Soldado Invernal, este me pareceu um dos filmes mais maduros de toda essa franquia com os heróis. Eles estão lutando pelo o que acreditam, nem é uma questão de bem e mal, certo e errado. Todos eles ali buscam a mesma coisa, defender inocentes, servir e proteger, coisa e tal, mas como fazer isso, como não ferir as pessoas nem destruir cidades inteiras, como tomar as decisões com o menor dano possível, são ingredientes de fundo moral que tornam o filme uma análise do papel do herói em si. Alguns deles, como o Gavião Arqueiro, estavam aposentados e foram chamados para a luta. Ou seja, temos heróis ali de todas as formas e vivências.

Ficção e realidade
Na newsletter semanal dos padrinhos e madrinhas do blog no Padrim (apoie você também!) eu comentei sobre meu problema com super-heróis. Quando o cara é super em tudo e depois beija a mocinha no final a coisa me desagrada profundamente. Ser super porque se é super não me parece uma boa atribuição para um herói.

O herói, para mim, precisa de um caráter humano. Ele não tem que "defender o modo de vida americano", ele precisa ser o mais próximo de nós. E ainda assim vemos a forma como essas pessoas são tidas como "diferentes" e podem sofrer com todo o tipo de preconceito da parte dos outros, já que o desconhecido é o maior de todos os medos. Por isso que o Pantera Negra me cativou muito mais do que qualquer um dos outros ali, assim como a Viúva Negra também. Eles são mais humanos, mais próximos de nós, por mais que o universo seja ficcional.


Pontos positivos
Pantera Negra
Dilemas morais
Efeitos especiais
Pontos negativos
Pancadaria em cenas longas demais
Final em aberto

Título: Capitão América - Guerra Civil
Título original: Captain America: Civil War
Direção: Joe Russo, Anthony Russo
Data de lançamento no Brasil: 28 de abril de 2016
Duração: 147 minutos


Avaliação do MS?
Se você ainda não viu, corra para o cinema. Se puder ver em 3D, você vai curtir muito a experiência e os efeitos especiais saltando diante de seus olhos. O filme é longo, mas você nem percebe, de tão entretido na trama que fica. As implicações morais sobre as ações dos heróis, os sentimentos conflituosos sobre suas missões e deveres, tudo isso junto e misturado de ação e grandiosos cenários pelo mundo, fazem deste um dos melhores filmes do ano. Quatro aliens para ele e uma recomendação para você ver também!


Até mais!

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