Apesar de conhecer a franquia Mass Effect, eu nunca a joguei. Então, assim que vi esse livro corri para poder ler e me inteirar do universo, até porque ele é um prequel. O problema é que, mesmo sendo um mega universo muito curioso e bem construído, a execução do livro, a narrativa em si e a falta de respostas para certas perguntas deixou a obra bem insossa, mesmo que este seja o primeiro de uma trilogia.
O livro
Dezoito anos antes dos eventos jogo, os seres humanos progrediram muito na área de exploração espacial e na ciência. Depois do contato com os Protheans e da guerra com os Turian, os humanos são vistos com desconfiança pelas outras raças da grande comunidade espacial. Somos vistos como mais primitivos, menos diplomáticos, porém temidos pelo imenso potencial que temos e que podem roubar o espaço de várias outras raças.Em uma instalação humana de pesquisas no planeta Sidon, um ataque mortal aconteceu e um destacamento de soldados é enviado para averiguar o que houve e se há sobreviventes. Liderado pelo tenente Anderson, eles descobrem que a tripulação está morta e que há bombas espalhadas na área mais importante da instalação.
A partir daí uma intensa investigação começa para descobrir quem fez isso, qual era o interesse, que tipo de pesquisas aconteciam ali e porque uma funcionária da instalação, Kahlee Sanders, está desaparecida. Logo, ela se torna suspeita, e sabe que muita gente está em seu encalço. O que fazer? A quem pedir ajuda e em quem confiar?
Adoro enredos com grandes universos, isso foi o que mais me prendeu no livro. As raças alienígenas são ricamente descritas, inclusive o Espectro turian Saren, personagem importante dos games. A tecnologia e a ciência envolvida também são bem descritas e é possível ter uma ideia da grande dimensão das construções, naves e de mundos. E vemos tudo isso conforme seguimos os caminhos de Anderson e Kahlee ao longo das páginas.
Temos conspirações, diplomacia, militares, raças alienígenas convivendo entre si, mesmo com todos os atritos envolvidos, tecnologia alienígena e várias cenas de ação. Mas o livro não se sustenta sozinho. Acredito que para os fãs de Mass Effect seja um prato cheio com informações sobre tanto do universo quanto de vários personagens importantes, mas para quem não tem intimidade com o jogo, o livro não funciona.
Além disso, ele se arrasta em diversas partes com explicações imensas que poderiam ter sido melhor trabalhadas para não ficar maçante. Nem sempre é fácil fazer descrições em ficção científica, ainda mais quando se trata de alienígenas ou tecnologias, porque elas tendem a ficar muito longas. O autor poderia ter maneirado ou o editor poderia ter dado um toque para ajeitar, pois o livro demora a passar com parágrafos tão longos. Em certos momentos o excesso de personagens prejudica a leitura, em especial nos diálogos. Os mercenários, por exemplo, ficaram extremamente confusos. Chega a ser difícil saber quem é quem.
Ficção e realidade
A ficção científica já imaginou com bastante competência grandes universos, com vários aliens convivendo juntos. A realidade, porém, consegue ser bem amarga nesse sentido. Muita especulação já se fez sobre vida inteligente pelo universo, mas até o momento, nada de concreto apareceu. A menos que eles não possam ser identificados, ou que nossa tecnologia melhore, ao que tudo indica estamos sós neste vasto espaço frio e inerte.Mas isso não quer dizer que seja sempre assim. Pode ser apenas que a gente tenha chegado cedo no rolê e que a vida inteligente esteja se desenvolvendo em algum cantinho. Sim, seríamos os primeiros seres inteligentes a terem surgido no universo e isso nos daria essa intensa sensação isolamento. Pode ser até que, no futuro, arqueólogos alienígenas comecem a escavar os restos da nossa civilização e pensando "uau, não estamos sozinhos!".
Drew Karpyshyn é um escritor e roteirista canadense de videogames.
PONTOS POSITIVOS
Aliens
Protheans
Ação
PONTOS NEGATIVOS
Parágrafos longos
Personagens confusos
Aliens
Protheans
Ação
PONTOS NEGATIVOS
Parágrafos longos
Personagens confusos
1. Revelação
2. Ascention
3. Retribution
Avaliação do MS?
Espero que os próximos livros sejam mais dinâmicos, pois Revelação tinha muito potencial diante de todo o mega universo de Mass Effect. Sei que o autor é bem versado em ME, também escreveu para o universo Star Wars, mas algo não funcionou bem aqui. Os personagens secundários, por exemplo, mereciam um cuidado maior para não ficarem tão confusos, por exemplo. Dois aliens apenas.Até mais!