Resenha: Social Killers, de R.J. Parker e J.J. Slate

Você realmente conhece quem está do outro lado daquela conversa no Whatsapp? Ou aquela pessoa que manda mensagem privada pelo Facebook? A verdade é que dificilmente conhecemos bem as pessoas, ainda aquelas com quem nos relacionamos pelas redes sociais e por essa internet velha sem porteira. E é disso que esse livro trata. Casos perturbadores onde as redes sociais foram usadas em crimes cruéis.



Este livro foi uma cortesia da DarkSideBooks



O livro
O subtítulo do livro já deixa bem nítido o assunto: “Amigos virtuais, assassinos reais”. Temos aqui 33 casos reais que têm em comum o uso de redes sociais, de Facebook a classificados online. As histórias são recentes e ocorridas quase que integralmente nos Estados Unidos. Existem episódios em outros países como Austrália, Japão e Alemanha e casos que ainda aguardam condenação. Os crimes são variados, envolvendo assassinatos e até canibalismo. Portanto, para os sensíveis, sugiro fortemente que não leia este livro. E respeitem a classificação indicativa para maiores de 18 anos.


R.J. Parker e J.J.Slate são autores acostumados a trabalhar com este tema. Slate é autora de best-sellers sobre crimes verídicos e Parker escreve, principalmente sobre serial killers. Nesta obra, por exemplo, conhecemos John Edward Robinson, conhecido como o primeiro serial killer da internet. Há também vários casos envolvendo a Craigslist, um classificado online muito popular nos Estados Unidos, onde muitos assassinos escolheram suas vítimas.

Usando-se da possibilidade de se manter anônimo nas redes, esses criminosos escolhem vítimas, induzem ao suicídio e são pessoas acima de qualquer suspeita. O marido caloroso com a família, o enfermeiro de um hospital, o jovem que frequenta a igreja. Valendo-se da possibilidade de alcançar rapidamente as vítimas, estas pessoas são capazes de barbaridades. Pedofilia, canibalismo, estupros, sequestro, roubo de identidade, necrofilia e a lista aumenta.

Salas de bate-papo, classificados, MySpace, Facebook, fóruns de discussão. Os assassinos criavam perfis e marcavam encontros presenciais depois de trocas de emails e fotos. Gente aparentemente normal na vida real, mas capaz de coisas absurdas na internet. Quem nunca conheceu um tipo assim, não é mesmo?

A edição da DarkSide está muito bonita, um acabamento excelente, com capa dura. Em cada capítulo, e todos eles são curtos, há um QR code. Ao acessá-lo nós vemos fotos do assassino ou assassina e um pequeno resumo da vida da pessoa. Muito bem sacada a ideia de usar a internet e as possibilidades da rede para acessar mais dados a respeito do livro.

Como os relatos falam dos crimes em si e de como as vítimas foram pegas por seus assassinos, as cenas descrevem os horrores que elas passaram. Novamente, reitero o aviso de não ser um livro indicado nem para menores, nem para pessoas sensíveis e que se impressionam fácil. Alguns dos casos descritos são muito fortes, como caso do sujeito que matou a esposa e postou a foto do corpo no Facebook.

Ficção e realidade
As redes sociais são um prato cheio para qualquer pessoa má intencionada agir livremente. Vemos os casos absurdos de racismo, pedofilia, ameaças contra mulheres, apenas pela exposição que temos na internet. Quem está na rede sabe dos perigos que corremos ao expormos nossa vida em fotos, tuítes e check-ins no Facebook. Mas é possível tomar certos cuidados com essas informações.

É possível configurar as preferências de privacidade e impedir que nossos perfis sejam tão expostos. Podemos diminuir a exposição e não dar check ins com tanta frequência ou fazer isso apenas para amigos e não num perfil público. Existem formas de garantir que nossas experiências fiquem restritas. No próprio livro, os autores ressaltam que não precisamos abandonar as redes nem o contato com amigos e familiares por conta desses crimes descritos, mas que precisamos ter cuidado com o que é postado e a forma como interagimos com estes perfis. Assim como o ser humano é um animal social, um assassino, um pedófilo, um estuprador, também é e sabe ser gentil e carismático quando lhe convém.

Embora o foco deste livro sejam os assassinos que se valem das mídias sociais como canais para satisfazer seus impulsos homicidas, é importante ressaltar que não foi a era da internet que deu origem a esses criminosos; na verdade, eles sempre estiveram entre nós. A internet, com sua grande variedade de mídias sociais, apenas conferiu aos atuais assassinos acesso mais fácil às vítimas.

Página 14

Pontos positivos
Casos reais
Edição bem feita
Não há imagens dos crimes
Pontos negativos

Muita violência


Título: Social Killers
Título original em inglês: Social Media Monsters: True Stories of Internet Killers
Autor: R.J. Parker e J.J. Slate
Tradutora: Lucas Magdiel
Editora: DarkSide
Ano: 2015
Páginas: 272
Onde comprar: Amazon

Avaliação do MS?
A leitura flui rápido, a edição é bem feita, mas os casos são brutais, escabrosos. Não é aquela leitura para relaxar, sabe? A gente fica impressionada com a forma de agir dos predadores e da ingenuidade de algumas pessoas com o uso da rede. Não precisa abandonar seus perfis se não quiser. Apenas reforce a segurança de seu perfil. Quatro aliens para o livro e uma recomendação para você ler também.




Até mais!


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