Solaris deveria ser leitura obrigatória. Um livro pequeno, porém carregado de conteúdo e com um dos alienígenas mais impressionantes já criados na ficção científica e até na ficção especulativa. Stanislaw Lem criou uma obra inovadora, capaz de profundas reflexões sobre morte, vida, contatos alienígenas e relacionamentos.
Leia a resenha de Solaris.
O livro conta a ida do psicólogo Cris Kelvin para uma estação flutuante instalada em Solaris. A estação já esteve apinhada de gente, mas os estudos da solarística caíram nos últimos tempos e apenas três estudiosos estavam lá. Os três e, em seguida, também Cris Kelvinn começam a ser assombrados por clones de pessoas que um dia morreram, causando diversos problemas e transtornos em todos eles. Imagine você ver uma pessoa amada que faleceu ali, na sua frente, dizendo que está tudo bem, como se nunca tivesse batido as botas? Por aí já dá para imaginar a perturbação deles.
Os solaristas (especialistas em Solaris) vinham tentando durante anos compreender a dinâmica daquele vasto oceano e as estranhas formas que surgiam sobre suas "ondas", tentando descobrir uma forma de se comunicar com ele. Temos aqui um alien que não tem nenhuma semelhança conosco, portanto como se comunicar com ele?
Além disso, este oceano é capaz de traduzir nossos sentimentos, de ler nossas memórias e fazer cópias fiéis de entes queridos nossos que morreram. Desta forma, a cabeça do ser humano vira do avesso e as pessoas começam a sucumbir diante dos fantasmas do passado. Mesmo tentando se livrar deles, em algum momento da noite, eles acabam retornando. Como compreender o que o oceano está tentando nos dizer? Ele compreende nossas angústias ou está interpretando tudo errado? Como definir?
Como saber se aquela entidade está de fato se comunicando conosco ou se os clones são um reflexo involuntário de sua atividade? Não há similaridades entre nós e o oceano para estabelecer uma base comum. Não conseguimos nos identificar com ele. Um dos principais ensinamentos de Solaris é que não temos condições de compreender tudo. Podemos apenas continuar tentando.
Eu não assisti aos filmes anteriores, mas reparei que no filme de 2002 o foco é mais nas relações dos personagens e, principalmente, de Kelvin com sua finada esposa, do que com o oceano. Aliás, o oceano não aparece neste filme, eles estão em uma estação espacial e não na superfície de Solaris e isso pode incomodar aqueles que gostariam de ver melhor o planeta. Porém é uma forma interessante de ver como diferentes diretores imaginaram Solaris nas telas.
Aproveite a leitura e depois volte pra me contar o que achou. Aproveite e compre a nova edição da Editora Aleph na Amazon!
Leia a resenha de Solaris.
O tema é inovador
Solaris é um livro que extrapola a ficção científica e seus mais comuns enredos. Stanislaw Lem o publicou em 1961 e deste então o livro se mantém como um clássico absoluto para os leitores do gênero. Solaris é um planeta coberto por um oceano que apresenta um comportamento incomum. Ele acabou gerando toda uma ciência na Terra, a solarística, que tentava desvendar seus segredos.>
O livro conta a ida do psicólogo Cris Kelvin para uma estação flutuante instalada em Solaris. A estação já esteve apinhada de gente, mas os estudos da solarística caíram nos últimos tempos e apenas três estudiosos estavam lá. Os três e, em seguida, também Cris Kelvinn começam a ser assombrados por clones de pessoas que um dia morreram, causando diversos problemas e transtornos em todos eles. Imagine você ver uma pessoa amada que faleceu ali, na sua frente, dizendo que está tudo bem, como se nunca tivesse batido as botas? Por aí já dá para imaginar a perturbação deles.
A ciência é provocativa e plausível
O planeta orbita um sistema duplo de estrelas (sistema binário). Sua órbita é regular devido à uma misteriosa ação do oceano com as estrelas, o que a mantém estável. Teoricamente, isso não seria possível, portanto os cientistas começaram a conjecturar a possibilidade de o oceano ser um organismo vivo e senciente.Os solaristas (especialistas em Solaris) vinham tentando durante anos compreender a dinâmica daquele vasto oceano e as estranhas formas que surgiam sobre suas "ondas", tentando descobrir uma forma de se comunicar com ele. Temos aqui um alien que não tem nenhuma semelhança conosco, portanto como se comunicar com ele?
O alienígena não é humanoide
Na ficção científica o que mais vemos são aliens humanoides, bem parecidos com os seres humanos e que podem se reproduzir conosco assim na boa. A estrutura da laringe é a mesma, então a gente pode conversar de boa também. Uma beleza. Mas em Solaris este alienígena é todo um oceano. A própria dimensão do ser humano diante de um oceano que cobre um planeta inteiro seria um fator que complica o contato.Além disso, este oceano é capaz de traduzir nossos sentimentos, de ler nossas memórias e fazer cópias fiéis de entes queridos nossos que morreram. Desta forma, a cabeça do ser humano vira do avesso e as pessoas começam a sucumbir diante dos fantasmas do passado. Mesmo tentando se livrar deles, em algum momento da noite, eles acabam retornando. Como compreender o que o oceano está tentando nos dizer? Ele compreende nossas angústias ou está interpretando tudo errado? Como definir?
Contato alienígena não compreendido
O oceano de Solaris, além de enviar cópias de entes queridos mortos para acabar com a sanidade dos humanos, também cria formas sobre suas ondas, formas que seguem alguns padrões, porém que não podem ser decifradas. A genialidade do enredo de Lem é que o oceano não liga a mínima para nós. Sim, ele envia as cópias de pessoas, mas será que ele sabe disso? É uma atitude consciente?Como saber se aquela entidade está de fato se comunicando conosco ou se os clones são um reflexo involuntário de sua atividade? Não há similaridades entre nós e o oceano para estabelecer uma base comum. Não conseguimos nos identificar com ele. Um dos principais ensinamentos de Solaris é que não temos condições de compreender tudo. Podemos apenas continuar tentando.
Tem adaptação para o cinema
Três filmes foram feitos baseados em Solaris: a primeira adaptaçaõ, de 1968, é um filme russo para a TV realizado por Boris Nirenburg com roteiro de Nikolay Kemasky; Solyaris (Solaris na tradução inglesa), de 1972, por Andrei Tarkovskiy e uma de 2002 com George Clooney no papel do psicólogo Cris Kelvin.Eu não assisti aos filmes anteriores, mas reparei que no filme de 2002 o foco é mais nas relações dos personagens e, principalmente, de Kelvin com sua finada esposa, do que com o oceano. Aliás, o oceano não aparece neste filme, eles estão em uma estação espacial e não na superfície de Solaris e isso pode incomodar aqueles que gostariam de ver melhor o planeta. Porém é uma forma interessante de ver como diferentes diretores imaginaram Solaris nas telas.
Aproveite a leitura e depois volte pra me contar o que achou. Aproveite e compre a nova edição da Editora Aleph na Amazon!
Até mais!
Leia também:
Solaris e as dimensões da vidaSolyaris e a improbabilidade da comunicação
Genial! Excelente! Não consegui achar o filme de 1972, assisti apenas o de 2002. Alguma coisa foi modificada do livro para o filme (2002), minha opinião: gostei mais da versão da história do filme do que da do livro, mas ler e ver são exercícios mentais complementares e gratificantes!
ResponderExcluirFico me perguntando: quem gostou de Solaris gosta do que mais??? Dicas!