Resenha: Mentes Sombrias, de Alexandra Bracken
É impressão minha ou existe uma febre hoje em dia de sempre fazer livros em três? Mentes Sombrias é o primeiro livro da trilogia The Darkest Minds, de Alexandra Bracken. Uma estranha enfermidade ataca as crianças nos Estados Unidos e o jeito é tratá-las para que não façam mais mal a ninguém. Ou é o que a população pensa.
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O livro
Ruby está algemada, ainda de pijamas, em um ônibus a caminho de um centro de tratamento. Ao menos é o que seus pais, que não sabem mais que são seus pais, pensam quando a entregaram nas mãos da polÃcia especial no dia do seu aniversário. Junto dela no ônibus estão mais crianças, pré-adolescentes, todos presos e assustados, sendo maltratados e agredidos pelos guardas Psi. Antes disso, Ruby já tinha visto os colegas morrerem na escola, simplesmente caindo mortos, acometidos por uma estranha doença. O paÃs entra em crise, as pessoas se desesperam, bolsa de valores quebra, é uma situação sem precedentes.A população infantil no paÃs cai espantosamente e vários nÃveis dessa doença misteriosa foram identificados, Verde, Azul, Amarelo, Laranja e Vermelho. Quando Ruby chega a Thurmond, um dos piores e mais rÃgidos campos de reabilitação, ela consegue convencer o médico de que é uma Verde e assim permanece viva, enquanto os de nÃveis mais altos sumiam, sendo estudados, vivissecados e virados do avesso na tentativa de descobrir o que acontecia à s crianças.
Mas chega um dia em que ela percebe que algo está errado. Provavelmente, estão prestes a descobrir que Ruby não é uma Verde coisa nenhuma e isso a coloca em risco. Uma médica, então, diz que pode ajudá-la. Junto de outro garoto que também enganou as pessoas no campo, eles são retirados, sorrateiramente e se veem livres, pela primeira vez, em seis anos. Ruby tem 16 anos agora, e sonha com o momento de rever a avó, que foi a única que não esqueceu dela. Ruby tem medo de tocar os outros e, sem querer, fazê-los esquecer que ela existe, como aconteceu com sua melhor amiga. Ela tem medo de tudo e de todos.
Eu terminei o livro sem saber direito como os nÃveis foram estabelecidos, o que cada nÃvel faz especificamente e como que a enfermidade aconteceu. Espero que a autora explique isso no próximo livro, porque o leitor fica mesmo perdido no começo. A ambientação em si, a forma como a autora explica os lugares está muito boa, nos dando aquela sensação necessária de um mundo à beira do caos.
Os personagens começam mal construÃdos, rasos, mas depois eles parecem ter mais profundidade, ficam mais elaborados. Mas como toda ou quase toda trilogia, nada se resolve no final deste livro.
Ficção e realidade
O que achei mais interessante foi como a situação das crianças praticamente acabou com o paÃs. Jovens que conseguiram fugir dos campos ou ficaram escondidos com os pais formaram gangues e tribos, comunidades onde estavam seguros e podiam desenvolver suas habilidades em segurança, sem machucar ninguém. Mas nem todo mundo é bonzinho. É possÃvel notar que, mesmo tão jovens, alguns são bem psicóticos e não se importam em fazer mal aos outros.A capital do paÃs ficou detonada, empresas fecharam, o governo precisou se mudar para Nova York e as pessoas vivem com medo das habilidades dos jovens. São comuns os cenários destruÃdos, casas abandonadas e crianças buscando comida em mercados abandonados, tentando fugir da Força Especial Psi ou de grupos terroristas que querem jovens poderosos para suas fileiras. Lembra muito os X-Men, quem ler vai perceber.
Pontos positivos
Ficção cientÃficaEnredo interessante
Personagem feminina
Pontos negativos
Cenas longas demaisLivro se arrasta em várias partes
Avaliação do MS?
Não posso dizer que o livro é sensacional. Ele peca em várias partes, mas como o enredo é interessante, procurarei ler a continuação para saber o que aconteceu com Ruby e seus amigos e se ela reencontrou a famÃlia. A situação do paÃs e das crianças são bem descritas e um ambiente distópico foi bem construÃdo. Pena que a autora falha em algumas cenas arrastadas demais. Três aliens para Mentes Sombrias.
Até mais!
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