Você se sente vigiado?

Desde antes de Edward Snowden soltar o verbo sobre a vigilância dos Estados Unidos, que muita gente suspeitava que nossos brothers andavam de olho nas atividades de países por aí. Vigiando ligações telefônicas, dados de internet e emails, os EUA encontram-se agora numa saia justa, caçando o "traidor", por ter revelado a operação que entre outras coisas, andou vigiando até mesmo o Brasil.


Vigilância é um clichê da ficção científica, já trabalhado em muitos enredos. Parece que estamos de fato vivendo neste mundo distópico onde até nossos pensamentos podem ser monitorados. Quase como um 1984 reinventado e atrelado às novas tecnologias, fica difícil dizer o quanto de nossas vidas está exposto e a extensão desta exposição.

Big Brother is you, I mean, is watching you
Mas vamos pensar por um instante... Vivemos cercados por câmeras de vigilância de trânsito, da polícia, de condomínios, de casas, câmeras em carros, nos celulares, em câmeras digitais. Temos perfis no Orkut, que depois migramos para o Facebook, mas agora a onda é o Google +. Mas quem quiser ainda tem o Twitter com seus 140 caracteres. Se isso ainda é pouco, temos nossos números de identidade e CPF, bem como nossos endereços de e-mail, armazenados em inúmeros bancos de dados devido às nossas compras na internet ou se quisermos a Nota Fiscal Paulista, que acaba gerando um registro de nossas compras.

Se você é funcionário púbico então... Seus dados funcionais estão no Diário Oficial das esferas de governo, com dados sobre seu trabalho, se você está de licença saúde, quando você assumiu, se você se exonerou, se mudou de cargo ou se mudou de função e foi para outro lugar. Tudo ali, ao alcance do click pelo pai das buscas, o Google.

Em um mundo onde temos uma evasão de privacidade, em que você faz o seu check in no Foursquare, tira foto da sua comida e posta no Instagram ou vai para o Facebook reclamar do governo, podemos questionar a vigilância? A questão hoje não é mais se você tem sua privacidade violada ou exposta e sim o quanto da sua privacidade você quer expor. Com a facilidade do acesso à internet, com o uso de celulares e de redes sociais, nossos seguidores podem saber o que estamos fazendo e se estamos ou não de saco cheio da vida, se o relacionamento sério mudou para solteiro ou se chegamos a algum destino específico.


Não estou defendendo a vigilância pelo governo. Tampouco estou defendendo a invasão de contas para expôr dados pessoais, senhas e outras informações pessoais. Mas a exposição atual e a facilidade de contato com uma pessoa em qualquer lugar do mundo com a rapidez que temos nos dias de hoje é um prato cheio para qualquer programa governamental que queira bisbilhotar informações com a desculpa de ser para a segurança nacional.

Ao mesmo tempo em que podemos usar a rede para nos conectar com pessoas que moram longe, com gente de outros países, pessoas mal intencionadas também se utilizam dessa facilidade de comunicação para articular atentados, forjar documentações e expôr dados governamentais, com Julian Assange fez. Será que em nome da segurança nacional, um país pode interferir e violar a privacidade de usuários pelo mundo? Até onde isso pode levar? Páginas do Anonymous e outras que defendiam liberdade de informações ou que organizavam protestos via Facebook saíram do ar. O Twitter já excluiu trends relacionados a escândalos governamentais, protestos ou a determinadas pessoas.


O mundo online é tentador. E um facilitador da vida moderna. Há muito tempo que eu não sei o que é ir ao banco pagar contas, pois faço tudo via internet. Mas fica a dúvida e a questão a respeito de nossa privacidade e da nossa evasão, pois estamos nos expondo nas redes por decisão própria. Será que as redes de fato defendem nossos dados e não o repassam para os governos quando até páginas reacionárias são excluídas?

Até mais!

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