A resenha de hoje não é sobre um livro de ficção científica, mas é um livro que alerta para um sério problema dentro das escolas e na vida dos adolescentes: o bullying. Não só isso, conta também sobre as angústias de alguém que foi levada até o limite e precisou dar um fim à uma situação que parecia sem saída.
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O livro
Clay Jensen chega da escola e encontra uma caixa de sapatos com 7 fitas K7 dentro. A caixa está endereçada em seu nome e ele não vê outra opção além de ouvi-las. Com um velho walkman de um amigo, ele descobre que quem narra os acontecimentos nas fitas é Hannah Baker, sua paixão da escola e que cometeu suicídio duas semanas antes, deixando uma vizinhança perplexa. E é com muita surpresa que ele descobre que existem 13 motivos naquelas fitas para que ela cometesse um ato tão radical.Tudo nessa situação é novo para Clay. O modo "arcaico" com o qual Hannah resolveu deixar suas memórias é um desafio em si. O fato de cada um dos envolvidos receber, ouvir e ter que passar para a pessoa seguinte na ordem correta que ela estabeleceu e a presença de um mapa, onde Hannah sinalizou cada um dos eventos traumáticos que acabaram com sua alegria de viver. O fato de ter desejado se aproximar mais dela e quando o fez, foi tarde demais. Ele chora, se irrita, se magoa e fica indignado ao descobrir por tudo o que ela passou, sabendo que não tem como ajudá-la.
O leitor é obrigado a acompanhar Clay pelos locais que ela indica, obrigado a sentir a frustração dele, pensando se alguma coisa que fez foi um dos motivos para ela querer terminar com sua vida. Ter que mentir para a mãe, dizendo que as fitas são sobre um assunto da escola, quando na verdade ele sofre a cada minuto da gravação de Hannah, tentando imaginar qual seria sua parcela de culpa.
Ficção e realidade
É muito estranho ler e acompanhar a narração de Hannah, sabendo que ela morreu e que tudo aquilo é póstumo. É triste também pensar que muitos adolescentes sofrem com os boatos espalhados por colegas mal intencionados e que sofrem em silêncio, por não terem com quem contar. A escola tem se mostrado, não é de hoje, um ambiente hostil para muitos jovens com problemas de auto-estima e muitos são vítimas de preconceito por terem tais problemas.Encontrei muito preconceito pelas resenhas que li, chamando Hannah Baker de fraca, que ela poderia ter evitado uma série de situações que a levaram a cometer tal ato extremado. Isso mostra o preconceito que ainda existe contra suicidas ou contra pessoas que desistiram de viver e que precisam de ajuda. Nossas meninas são ensinadas a evitar situações, mas por que os rapazes não são ensinados a respeitar as moças? Isso teria evitado vários problemas para Hannah.
Pontos positivos
Assunto pertinenteEscrita fluída e concisa
Um alerta sobre suicídio
Pontos negativos
Algumas cenas mal descritas com perda de ritmo
Avaliação do MS?
Tirando algumas cenas chatinhas, o livro segue numa boa narrativa, sem perder muito o ritmo. É triste acompanhar a sina de Hannah, sabendo que ela tirou a própria vida depois de gravar as fitas. O livro é principalmente sobre não julgar sem saber de todos os porquês. Muito bom, recomendo a leitura, por isso quatro monstrinhos.Até mais!
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