Os quadrinhos
V.I.S.H.N.U. foi elaborado por Eric Acher, Ronaldo Bressane e Fábio Cobiaco, três fãs de ficção científica e do estilo de Moebius. Fala de um mundo que se recupera de uma grande crise causada pelo uso intensivo da tecnologia e dos robôs, que um dia entraram em pane e levaram à raça humana a uma Idade Média contemporânea com o colapso bancário e social e por isso fora banida. Surge um mundo que busca se reerguer e se ajustar à essas nova realidade, quando surge V.I.S.H.N.U.
Dude é um misto de assistente pessoal e gerenciador de tarefas. Nove em cada dez pessoas possui um dude em sua vida, até que eles começam a apresentar lapsos e falhas sérias nos sistemas bancários, de transportes, de informações e assim colapsam de vez e cometem suicídio. Para tentar entender o que aconteceu e como organizar a sociedade depois da brusca interrupção dos serviços providos pela tecnologia, grandes grupos de pesquisa e vigilância sobre elas ao redor do mundo. Leon Wilczenski, uma mente brilhante deste mundo renascido, trabalha em um destes complexos e se dedica a estudar a mesma tecnologia - inteligência artificial - que levou ao colapso os dudes. Foi então que V.I.S.H.N.U. apareceu em um destes grupos, querendo aparecer ao público e com uma proposta radical de uma mudança profunda na raça humana.
As influências de Isaac Asimov, Philip K. Dick e William Gibson são bem visíveis, todas bem usadas para compor o enredo. Temos jornalistas que hackeiam a mente das pessoas para conseguir informações sigilosas, crise existencial de máquinas, drogas, governo mundial, religião e terrorismo. Você viaja entre Brasil, Índia, Colômbia, EUA, Sudão, Ilha de Páscoa, em um ambiente obscuro, favorecido pelo traço e pelo tom em preto e branco dos quadrinhos. Foram cinco anos de desenvolvimento até chegar ao primeiro de três volumes.
Devo dizer que o formato quadrado é bastante peculiar, porém é desconfortável para ler. É o tipo de obra que você pega e senta em uma mesa para apreciar e folhear, pois ele é pesado para segurar na mão e de carregar. Além disso, as letras usadas não são muito agradáveis, a vista cansa em um determinado momento. Gostei muito do traço e da opção em fazer todo o livro em preto e branco, o que favorece o clima noir, meio underground.
Obra e realidade
Tecnologia que enlouquece ou não age de acordo com sua programação não é bem novidade. Temos vários exemplos disso na ficção científica. Acredito que essa vigilância exercida sobre a mesma depois que um evento catastrófico aconteceu pode vir a ser necessária conforme nossa robótica e nossa compreensão sobre as inteligências artificiais evoluam. Não quer dizer que precisemos passar por um evento desses para começar a se preocupar com isso. No entanto, sabemos que sempre haverá oposição em cima delas da parte de pessoas que sejam contra nossa dependência dela e V.I.S.H.N.U. mostra essa forte oposição sendo justificada com terrorismo.O modo como os seres humanos lidam com a tecnologia também é interessante. Não acredito que seria diferente se fosse no mundo real, com protestos da parte dos opositores, que podem vir a se tornar violentos e com o otimismo dos partidários e cientistas, que veem a evolução da tecnologia como algo inevitável. Como o mundo pode se adaptar a tais mudanças sem deixar de lado os perigos que a total e completa dependência causam? Já vivemos totalmente dependentes?
PONTOS POSITIVOS
Quadrinho nacional
Enredo criativo
Boa análise da civilização humana
PONTOS NEGATIVOS
É pesado e pouco confortável de ler
Letra usada não é agradável
Quadrinho nacional
Enredo criativo
Boa análise da civilização humana
PONTOS NEGATIVOS
É pesado e pouco confortável de ler
Letra usada não é agradável
Avaliação do MS?
Achei muito legal a iniciativa dos autores em desenvolver um quadrinho em solo nacional abordando temas atuais, mas deixando um ar sobrenatural à obra a respeito de V.I.S.H.N.U.. Gostei do preto e branco e do traço do ilustrador. Apenas o formato, o peso e a letra é que desabonam o livro. Três aliens para ele.Até mais!
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