Mais de dois meses lendo com o Kindle me fizeram notar algumas coisas interessantes a respeito. E também me fez ver como tem muito fundamentalista dos dois lados, brigando e berrando sobre qual formato é melhor, e que tal formato está condenado ao esquecimento. Será que é tão difícil assim compreender que ambos podem conviver na boa, sem essa competição? Sim, é possível apreciar os dois!
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Desde que essa polêmica toda sobre e-readers substituindo livros físicos surgiu, que eu venho comentando. A fotografia não substituiu a pintura, a televisão não substituiu o cinema, o ebook também não vai substituir o livro físico. Substituir significa que algo cai em desuso e praticamente desaparece do cenário, mas nem sempre isso significa sua completa extinção. Antes que a inflação tivesse certo controle e os preços dos produtos estivessem embutidos no código de barras, aquela máquina remarcadora era usada adoidado nos mercados. Mas o mercadinho aqui do bairro ainda usa. Ou seja, nem tudo simplesmente desaparece e quem fica de picuinha, dizendo que o livro físico está com os dias contados ou que o ebook não tem mais fôlego para continuar, está errado.
O meio físico, como papel, ainda é um meio muito seguro de guardar informação. Os Manuscritos do Mar Morto e os papiros egípcios mostram isso. E por melhor que seja a tecnologia, um e-reader precisa de carga. Se acabar a luz e seu e-reader estiver morto, sua leitura vai para o ralo. Sobra então o bom e velho livro físico, com todas as vantagens que ele sempre teve, com seu cheirinho de papel, cola e tinta e tudo mais. Uma tecnologia sempre se defasa, e hoje em dia com uma velocidade espantosa. Tecnologia também quebra. Livro, em geral, não dá pau.
Então, durante este tempo que tenho lido no Kindle, percebi várias coisas. A primeira, e a qual eu sinto mais falta, não poder anotar à mão nas páginas. É um costume meu de ler um livro com uma lapiseira sempre à mão para poder escrever nas páginas e no final dele, onde sempre anoto minhas impressões com leitura. O teclado do Kindle é pouco prático e por mais que seja possível fazer anotações, não é a mesma coisa. Notei também que a leitura é muito mais rápida com ele, tanto que até este momento, contando apenas os livros, só li um livro físico. Os outros sete foram todos ebooks.
O livro físico proporciona mais prazer pela sensação táctil, poder anotar nas margens, poder voltar umas páginas para relembrar algo, olhar um mapa ou imagem anexado. No e-reader, isso também é pouco prático. Especialmente se você estiver estudando e precisar analisar alguma imagem, no livro físico é muito mais fácil. Percebi que o e-reader, pelo menos o Kindle 4, não é lá muito bom para imagens, então tenho usado mais para arquivos puramente de texto. Por ser em preto e branco, ler quadrinhos nele é pouco confortável, exceto para os mangás.
No entanto, se você precisa viajar, sair de casa e quer carregar sua leitura, sem dúvida alguma o e-reader é mais cômodo. Já tive tristes experiências de levar o livro do momento comigo, pegar chuva e a capa estufar, as páginas mancharem de água. Fora o peso de um livro na bolsa ou na mochila. Mesmo não levando o Kindle para todos os lugares, com o aplicativo dele, no smartphone, consigo manter a leitura em dia e em qualquer lugar. Mas como a tela do telefone é brilhante demais para o meu gosto, minha visão cansa rápido. Ainda prefiro o Kindle.
Quando eu digo que ambos podem conviver tranquilamente, é porque eu tenho feito isso até agora na boa. Não dei preferência para nenhum deles ainda e assim tenho conseguido botar a leitura em dia, pois não tenho mais espaço em casa para livros físicos e os ebooks que tenho são de obras que ou são caras demais ou raras demais. Não tenho tido problema em começar um livro, partir para outro, depois outro, depois outro. Se eu pego um livro, tendo a ler até o final. Mas o problema é que eu leio vários ao mesmo tempo. Só se a leitura for muito, muito, muito boa eu acabo lendo um apenas e deixo os outros de lado. Aí retomo de onde estava.
Por isso, reforço. Não é necessário abandonar nenhuma plataforma para continuar sua leitura. O importante é ler.
Até mais!
27 fev. 13
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