Eles estavam errados. Ainda bem!

A maior fatia de ficção científica produzida seja em livros ou na TV e no cinema pertence às distopias. São muitos cenários diferentes sobre como o ser humano conseguiu acabar consigo ou como algum evento distinto quase detonou a raça humana no futuro próximo. Mas para a nossa alegria, eles estavam errados.
Eu sou a Lenda
Nova York de Eu Sou a Lenda




Muitas inovações que hoje são coisas do cotidiano foram previstas pela ficção científica. E isso é muito bacana. Ver aquele filme/série antiga, ou um livro, com previsões para o futuro que se tornaram realidade. Dá uma sensação de estar lendo uma profecia, uma visão pessoal de alguém que sabia que aquilo aconteceria. Essa tão suposta capacidade da ficção científica em prever o futuro pode ser apenas a imaginação dos autores trabalhando a todo vapor. Assim como muita coisa virou realidade, outras não seguiram em frente. Os autores erraram mais do que acertaram.

Nem tudo são flores no mundo scifi. Muitos autores imaginaram mundos destruídos, catastróficos, distópicos, onde o ser humano luta pela sobrevivência a cada minuto do dia. Algumas distopias até me incomodam pelo modo como abordam o ser humano. A Estrada e Eu Sou a Lenda são dois filmes, ambos baseados em livros, que me deixaram com uma impressão muito ruim. É como se quiséssemos ver o mundo deste jeito apenas para saber como vamos agir. Alertar sobre o futuro é uma coisa, dizer como vamos viver é outra bem diferente.

William Gibson, um dos mais renomados autores de ficção científica, diz que a coisa menos importante do gênero é a previsão do futuro. Se os autores ficarem se preocupando em prever o tempo todo, a parte divertida da coisa se perde. Onde está a graça de se manter fiel à algumas correntes se a criatividade não pode trabalhar? Se o foco for uma ficção científica hard é uma coisa, mas um pouco de viagem na maionese numa obra de FC é bem vinda, imaginando novos mundos, novos seres.

O modelo de futuro distópico é baseado nos períodos de guerra, pós-guerra e Guerra Fria e é compreensível de fato que as obras saíssem com esse teor. Mas a imaginação e a criatividade nunca podem ficar de fora. E muita gente critica autores de ficção científica justamente por não serem precisos em suas previsões. Mas é preciso acertar todas de prima só porque Arthur C. Clarke conseguiu prever os satélites de comunicação? Isso é um reducionismo a um gênero que acima de tudo tem que divertir e entreter. Ser cientificamente correto o tempo todo é botar um freio na imaginação.

Arthur C Clarke
Arthur C. Clarke

Até mais!

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