10 mulheres poderosas do mundo antigo

Uma rápida leitura da lista da Forbes 'Mulheres mais poderosas do mundo' vai mostrar mulheres da política, CEOs de indústria e filantropas bilionárias no topo da lista. Pessoas como Angela Merkel, Theresa May e Melinda Gates estão no topo da lista pela influência que suas ações têm no mundo moderno. No entanto, quando se trata da lista das pessoas mais poderosas do mundo, existem apenas 3 mulheres nas 50 primeiras posições.

10 mulheres poderosas do mundo antigo

Na maioria das civilizações do passado houve figuras femininas que tiveram papéis poderosos ou desempenharam papéis influentes entre seus povos. Elas lideraram nações ou guiaram exércitos para a guerra, renomadas não apenas como lutadoras temíveis, mas também como estrategistas astutas e líderes inspiradoras. Muitas delas se destacaram em domínios tradicionalmente ocupados por homens e cujas histórias, transportadas ao longo dos séculos, continuam a ser contadas até hoje.

As irmãs Trưng
As irmãs Trưng
As mulheres vietnamitas têm sido fundamentais na resistência à dominação estrangeira ao longo da história e as heroínas reverenciadas no país até hoje são as irmãs Trưng Trắc e Trưng Nhị, que nasceram por volta do ano 12 d.C. filhas de um poderoso senhor na província de Giao Chỉ. Nesta época, o Vietnã estava sob o controle da dinastia chinesa Han. As irmãs Trung cresceram em uma casa onde estudaram a arte da guerra, aprenderam habilidades de luta e eram versadas em artes marciais.

Em 39 d.C., as irmãs Trưng se rebelaram contra o domínio Han e passaram a reunir apoiadores, muitos dos quais mulheres, para erguer uma insurreição contra os chineses. Montadas em elefantes de batalha, elas conquistaram mais de 65 cidades sob controle chinês. Por mais de três anos, os chineses lutaram para retomar o controle do país. As irmãs mantiveram o controle da região até 43 d.C., quando foram derrotadas. Ao invés de aceitar a derrota e se entregar aos chineses, as irmãs cometeram suicídio. Seu legado permanece firmemente enraizado na cultura e na identidade nacional do país até hoje.


Tômiris
Tômiris
Tômiris, Tómiris ou ainda Tamiris, foi uma princesa que reinou sobre os masságetas, uma confederação de pastores nômades da Ásia Central do leste do mar Cáspio, em partes dos atuais Turcomenistão, Afeganistão, Uzbequistão e sul do Cazaquistão, no século VI a.C. O grande conquistador persa, Ciro, o Grande, subjugou diversos povos, reinos e impérios menores, estendendo o território Aquemênida da Anatólia até a Índia. Foi quando se voltou contra os masságetas, atacando principalmente os citas, povo de Tômiris. Em um estrategema envolvendo grandes quantidades de vinho, Ciro atacou os guerreiros citas e raptou o filho dela, Espargapises, matando-o em seguida.

Ao saber da morte do filho, Tômiris mandou uma mensagem para Ciro, desafiando-o para um combate. Sem exércitos, sem subterfúgios, apenas líder contra líder. Ele aceitou, acreditando que subjugaria facilmente uma mulher, mas, segundo Heródoto, Tômiris lutou esplendidamente, decapitando e crucificando o lendário imperador persa. Tal evento coroou a esmagadora vitória dos citas contra os persas, em 530 a.C.


Velu Nachiyar
Velu Nachiyar
Velu Nachiyar foi uma rainha do estado de Sivaganga, no sul da Índia. Nascida em 1730, Velu lutou pela libertação da Índia. Era filha única do rajá Chellamuthu Vijayaragunatha Sethupathy e de Rani Sakandhimuthal. Fugindo das convenções da época, o rei a criou com a mesma educação que daria a um menino. Assim, Velu teve aulas sobre política, artes marciais,arco e flecha, hipismo e luta com bastões. Alguns historiadores se referem a Rani como a Joana d'Arc da Índia.

Quando o marido foi morto por forças britânicas e inimigos do reino, Nachiyar entrou na batalha, depois conseguindo se refugiar com a filha ao ver que não tinha chances de vencer. Enquanto se recuperava da batalha, ela começou a formar um exército e firmou alianças com Gopala Nayaker e Hyder Ali, sultão de Mysore, e outros líderes da região, com a intenção de atacar os britânicos e a Companhia das Índias Orientais. Em 1780, Velu atacou e venceu os britânicos e foi uma das poucas soberanas indianas a reconquistar e manter seu reinado, o qual governou por mais dez anos depois das lutas de libertação.


Boudicca
Boudicca
Ou Boadiceia, era a rainha da tribo britânica dos icenos, nascida em 30 d.C.. Junto com outras tribos, como os trinovantes, ela se ergueu em revolta contra o poderio romano que ocupava a Bretanha por volta de 60 d.C.. Os eventos foram principalmente narrados por dois historiadores romanos, Tácito e Dião Cássio, que a descreveram como uma mulhe terrível, alta, com uma voz poderosa, de longos cabelos vermelhos.

O marido de Boudicca, Prasutagus, era rei da tribo Iceni, no que hoje é Norfolk, no leste da Inglaterra. Quando Prasutagus morreu, os romanos anexaram seu reino, ignorando a vontade de sua rainha. Sua tribo e família sofreram muito. Os romanos estupraram suas duas filhas pequenas e açoitaram e despojaram Boudicca de seus bens. Os anos de domínio romano foram difíceis para todas as tribos e elas não precisaram de muito convencimento para se levantar contra a dominação romana. Boudicca conseguiu várias conquistas importantes contra os romanos, até ser finalmente vencida em 61 d.C..


Ching Shih
Ching Shih
Apesar de ser mais contemporânea, ela merece uma citação por seu feito notável na pirataria. Ching Shih nasceu na província de Guangdong, na China, em 1775. Tornou-se prostituta em um bordel flutuante em Cantão. Em 1801, o pirata Zhèng Yi, que comandava uma frota de navios chamada “Frota da Bandeira Vermelha”, notou a beleza de Ching Shih e a tomou como esposa. A Frota cresceu rapidamente, de 200 navios passando para mais de 1700 embarcações em seis anos desde seu casamento. Querendo evitar a prostituição ao máximo, Shih passou a trabalhar ao lado do marido, principalmente nas áreas de negócios e estratégia militar.

Shih guerreou com os maiores impérios da época, como o Império Britânico, o Império Português e a dinastia Qing. Ela foi uma de poucos capitães piratas a se aposentar da pirataria e é considerada como a pirata mais bem sucedida da história. Shih foi responsável por uma série de regras impedindo estupros, infidelidade e abusos cometidos por seus comandados. Quando sua força se tornou grande demais, os chineses ofereceram anistia a seus piratas. Shih concordou que encerraria sua vida de pirataria, desde que pudesse manter seu saque. Ela então voltou para Cantão, onde abriu uma casa de apostas e lá permaneceu até 1844.


Zenóbia
Zenóbia
Zenóbia, rainha de Palmira, nasceu por volta de 240 d.C. nesta cidade, na época parte de uma província romana. Aos 18 anos, casou-se com Lúcio Septímio Odenato, membro influente da sociedade palmirense. Mas 9 anos depois, seu marido e seu enteado foram assassinados. Seu filho, Vabalato Atenodoro, tornou-se rei de Palmira, enquanto Zenóbia agia como sua regente. Como Roma caiu em desordem pela Crise do Terceiro Século, foi a oportunidade perfeita para Zenóbia estender o domínio de Palmira.

Em 269 d.C., Zenobia enviou seu general, Zabdas, para reivindicar a província romana do Egito como sua. Com a ajuda de seu aliado egípcio, Timagenes, os palmirenses conseguiram derrotar o prefeito romano do Egito. Para consolidar sua posição no Egito, ela alegou ser descendente de Cleópatra. Após a conquista do Egito, Zenóbia então marchou para a Anatólia, conquistando o território romano até o oeste de Ancara. Ela então passou a conquistar a Síria, Palestina e Líbano usando uma mistura de poderio militar e propaganda ideológica. Ela acabou derrotada por Aureliano e o destino de Zenóbia é desconhecido.


Mai Bhago
Mai Bhago
Mai Bhago, também conhecida como Mata Bhag Kaur, era uma mulher sikh que liderou soldados sikhs contra os mongóis em 1705. Era uma guerreira excepcionalmente habilidosa no campo de batalha e é reverenciada como uma santa guerreira no sikhismo. Tornou-se conhecida por reunir os 40 sikhs (Chali Mukte) que abandonaram Guru Gobind Singh no cerco de Anandpur Sahib e trazê-los de volta à luta. Filha de um oficial do exército, tal como ele, Bhago aprendeu a lutar com vários tipos de armas ainda muito jovem.

Mai Bhago ficou angustiada ao saber que alguns dos sikhs de sua vizinhança, que foram para Anandpur para lutar pelo Guru Gobind Singh, o abandonaram em uma situação bastante difícil. Ela os criticou abertamente, chamando-os de covardes; ouvindo suas provocações, esses sikhs ficaram envergonhados de sua traição. Mai Bhago reuniu os desertores e os persuadiu a se encontrar com o Guru e se desculpar com ele. Ela partiu com eles (e alguns outros Sikhs) para procurar o Guru, que estava viajando através do Malwa. Tal como Mulan, vestiu-se de homem para lutar e combater os mongóis que sitiavam Anandpur, em 1704.


Artemísia I de Cária
Artemísia I de Cária
Artemísia I de Caria, nascida por volta do século V a.C., foi uma rainha da antiga cidade-estado grega de Halicarnasso, que agora está em Bodrum, atual Turquia. Era de etnia grega-cariana por parte de seu pai Lygdamis I, e meio cretense por parte de sua mãe. Ela lutou como aliada de Xerxes I, rei da Pérsia, contra as cidades-estado gregas independentes durante a segunda invasão persa da Grécia. Comandou pessoalmente sua frota de cinco navios na batalha naval de Artemísio e na batalha naval de Salamina em 480 a.C.

Ela é conhecida principalmente pelos escritos de Heródoto, ele próprio natural de Halicarnasso, que elogia sua coragem e relata o respeito que ela tinha por Xerxes. Artemísia assumiu o trono após a morte de seu marido, com quem tinha um filho, chamado Pisindelis, que ainda era jovem para governar. Na batalha de Salamina, o rei Xerxes reuniu todos os seus comandantes navais. Todos lhe disseram para lutar uma guerra naval, exceto Artemisia, que avisou que não seria sábio. Após a batalha, Xerxes reconheceu que ela havia se destacado acima de todos os oficiais da frota e enviou a ela uma armadura grega completa.


Amanirena
Amanirena
A rainha Amanirena, de Kush, vinha de uma longa linhagem de rainhas guerreiras. Seu reinado começou depois que seu marido, o rei Teiteqase, morreu em 25 a.C. Naquela época, os romanos já ocupavam a baixa Núbia havia cinco anos. Antes disso, seu reino dependia fortemente e lucrava com o comércio de ouro com o Egito, mas Augusto assumiu o controle do Egito de Marco Antônio e Cleópatra, afetando o reino de Amanirenas. Os romanos invadiram as terras férteis da Núbia, região logo abaixo do Egito. Além disso, eles impuseram um alto imposto aos ocupantes de Meroe, que era a capital de Kush.

Incomodada com a presença dos estrangeiros, Amanirena decidiu reagir. Sob seu comando, 30 mil soldados do Reino de Kush marcharam em direção à Núbia e lutaram contra os romanos. A estratégia de Amanirena envolvia atacar com seu exército durante uma retirada temporária dos soldados romanos para uma campanha na Arábia. Os núbios capturaram com sucesso as cidades de Aswan, Philae e Elefantina que os romanos ocupavam anteriormente. Lá, eles saquearam as cidades e escravizaram os romanos antes de ir para El-Dakkeh, onde começou a guerra de quatro anos contra eles começou. Por fim, O grande Império Romano foi forçado a aceitar os termos da rebelde Núbia e isso deixaria várias outras províncias inquietas.


Lembrou de mais alguma grande mulher guerreira?

Até mais! ⚔️

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