Eles estão morrendo. Quem está no lugar?


Iain Banks, Jack Vance, Richard Matheson. Estes autores de ficção científica nos deixaram este ano. E Ray Bradbury partiu para as estrelas no ano passado. Tantos autores clássicos morrendo, após deixarem um importante legado para a ficção científica e para a literatura deixa uma pergunta importante: quem ficará no lugar deles?



Foi por um tweet que o Ronaldo chamou minha atenção:


Até então, eu sabia das mortes dos autores, mas não tinha me ligado em uma coisa. Quem ficará no lugar deles? Quem consumirá suas obras? Como ficará o gênero que está sofrendo constantes baques, principalmente nas livrarias? Basta procurarmos por livros pelas prateleiras e veremos que o gênero está bastante abalado e que seu espaço foi tomado por outros estilos. Nada contra, acredito que haja sim espaço para todos, mas que a ficção científica precisa de mais leitores, ahh, isso precisa.

Um autor é antes de tudo um leitor. De nada adianta alguém se arriscar a rascunhar um enredo se ele não é um leitor voraz. Não interessa o gênero, um escritor precisa do domínio da palavra para poder criá-la. E infelizmente, no Brasil especialmente, quem escreve ficção científica é praticamente um pária, um herói que tenta espaço nas editoras e são poucas aquelas que se interessam por obras assim.

O que está acontecendo? Por que o desinteresse, sendo que o brasileiro tem lido cada vez mais? Como levar clássicos como Eu Sou a Lenda ou o O Homem Sem Rosto quando nem mesmo existem reedições para abastecer bibliotecas? Se queremos formar autores no futuro, eles precisam ser educados e criados para começarem a escrever. E uma ótima forma de fazer isso seria pelas escolas, que infelizmente, em geral, mal tem uma sala de leitura e muitas vezes depende de doações de terceiros para não ter apenas livros didáticos.

Até mesmo os poucos autores brasileiros são desconhecidos do público em geral. Capaz que as livrarias conheçam mais o nome de Iain Banks do que Jorge Luiz Calife, um dos mais importantes autores nacionais. Se o leitor voraz está disposto a pagar um valor alto, ele até encontra obras de ficção científica, tanto nacional quanto de fora, mas nem tudo o que está sendo produzido é de qualidade em território nacional, pois muitos repetem apenas as velhas fórmulas.

Diante do grande cenário da FC, sou uma formiguinha lutando para disseminar e tornar o gênero mais conhecido e devo dizer que estou de saco cheio de ler mais do mesmo. Não só eu, mas outras pessoas estão se voltando para os clássicos na tentativa de manter a leitura em dia. Quem sabe de Natal, ou de aniversário, os presentes variassem um pouco, como livros de FC para estimular a leitura para assim formarmos autores?

Até mais!

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