A estrutura interna da Terra

Não é todo mundo que tem conhecimento sobre o agitado universo sob nossos pés. De fato, já tive alunos perguntando se era possível cavar um túnel atravessando o planeta para chegar até o outro lado ou se o que eles tinham visto no filme Viagem ao Centro da Terra era real mesmo. Essa é uma dúvida comum até mesmo entre adultos. Então hoje vamos ver de maneira resumida o que se passa sob a superfície do nosso planeta.



Imagine que o planeta tenha camadas concêntricas, quase igual à uma cebola, cada uma envolvendo a outra a partir do núcleo. No entanto, estas camadas na Terra não são perfeitas nem iguais, elas estão em ritmo constante, afastando e chocando placas tectônicas que formam a crosta cuja superfície externa nós vivemos e desenvolvemos nossa civilização.

A sondagem mais profunda feita até hoje conseguiu cavar apenas 12 km em um planeta que tem mais ou menos 6 mil km de raio. Nada, não é mesmo? Se fôssemos cavar um buraco suficientemente profundo para chegar até o núcleo do planeta, o que veríamos?

Crosta
A camada externa de rocha sólida em constante movimento devido ao movimento das placas tectônicas é a crosta. Quando comparada ao restante do planeta ela é tão fina quanto a casca em uma maçã. Sua espessura varia: a crosta continental tem cerca de 40 km e a crosta oceânica tem algo em torno dos 7 km. Quartzo é o mineral mais abundante. Ela é frágil e fina, sofrendo abalos constantes, choques, quebras e sismos.

Manto
Logo abaixo da crosta está o manto, dividido em manto superior e inferior. O superior fica logo abaixo da crosta, com uma temperatura relativamente baixa de 100° C. Já o manto inferior tem temperaturas beirando os 3000° C, com uma consistência parcialmente fundida, semelhante ao magma expelido pelos vulcões. Essa camada não é homogênea, ao contrário, ela apresenta pontos de maior temperatura e velocidade (hotspots), que encontram um caminho até a superfície, como no caso do Havaí, cujo vulcão é ativo devido a um hostpot que criou uma "fileira" de ilhas ao longo do tempo. Crosta e manto estão separados pela Descontinuidade de Mohorovicic, ou Moho para os íntimos.

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Núcleo
O reduto mais profundo e oculto do planeta, um lugar onde os cientistas podem apenas conjecturar. Separado do manto pela Descontinuidade de Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade, o núcleo se divide em duas partes, o externo que muito possivelmente está em estado líquido e o interno que apesar de ter a mesma composição do externo, deve ser sólido devido à altíssima pressão sobre ele. A temperatura do núcleo interno é de cerca de 5000°C, um pouco abaixo da temperatura da superfície do Sol. Estudos recentes mostram que o núcleo interno gira um pouco mais rápido que a Terra e que a corrente gerada por ele é a responsável pelo nosso campo magnético.

Espero que este pequeno resumo de geologia consiga suprir as dúvidas da maioria a respeito do agitado e quente mundo interno do nosso planeta. Se tiver mais alguma dúvida, não hesite em perguntar nos comentários.

Até mais!

Fonte:
Serviço Geológico do Brasil
Scientific American

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