Resenha: A Poção Mortal, de Amy Alward

E chegamos ao final dessa trilogia tão fofa, com a melhor alquimista da ficção especulativa, Samantha Kemi! Foi uma jornada muito gostosa de acompanhar e admito que estava um tanto cética sobre esse final, pois é muito comum que os últimos livros não consigam segurar a onda na hora de finalizar um enredo. Amy, por sua vez, conseguiu levar a jornada de seus personagens até um fim que faz sentido e ainda te deixa querendo mais.


Parceria Momentum Saga e
Editora Jangada


O livro
Sam agora é uma Mestra Alquimista. A mais nova, aliás! Ela agora é a grande representante de sua família, a já tradicional família de alquimistas Kemi e seu nome é um dos mais famosos no reino de Nova. Mas as coisas não andam assim tão bem. A Princesa Evelyn não está bem e a misteriosa doença que acompanhamos no livro anterior e que vinha se espalhando por um reino vizinho, Gergon, chegou em Nova e acamou a família real. Sam pode fazer algo? Como impedir a destruição das pessoas que tanto ama?

Resenha: A Poção Mortal, de Amy Alward

O que é mais interessante desse livro é que voltamos às origens da família Kemi. É bem óbvio que a autora usou a China como inspiração para o reino de Zhonguo e isso só acrescenta mais uma característica marcante à Sam e sua família. Houve um momento em que achei que a autora cairia na armadilha de focar apenas no romance de Zain e Sam e que ela não conseguiria fazer o que precisava sem a presença dele. É aí que a mãe de Sam bota algum senso em sua cabeça: só ela poderia fazer o que era necessário e mais ninguém. Se ela não tivesse a força dentro de si, não encontraria em outro lugar ou alguém. Uma evolução e tanto para outros livros em que as garotas só faltam tentar se matar (né Bella?).

(...) os alquimistas transformam as coisas por uma razão: para encontrar esse perfeito equilíbrio entre luz e escuridão, quer estejamos falando de elementos, poções ou até maneiras de pensar.

Página 31

A doença que está afetando as pessoas talentosas, aquelas que possuem magia, está se espalhando, inclusive acometendo a irmã de Sam. A única saída de Sam é buscar a origem dessa doença, que a levará a Zhonguo. A descrição do país e das pessoas também foi bem feita e Amy não cai em estereótipos. Sam tem que lutar em duas frentes: uma para achar a origem dessa doença misteriosa e quem sabe curá-la e ainda enfrentar o Príncipe Stefan, que é muito carismático e manipulador, ganhando a atenção do público e da mídia e assim enganando o reino.

Gostei muito da autora ter discutido preconceito entre os talentosos e os comuns no livro. Stefan acaba incentivando que os talentosos fiquem longe das pessoas comuns, alegando que eles podem pegar a doença misteriosa deles. Até associações que protegem os direitos dos talentosos acabam se envolvendo na situação e uma linha divisória entre os dois grupos se estabelece. Isso pode acabar com Nova e os reinos ao redor bem mais rápido que qualquer epidemia. Foi uma discussão válida, mas que poderia ter sido melhor trabalhada. Sinto que ficou meio solto lá pelo meio e ela não toca mais no assunto.

Os capítulos se alternam entre a visão de Sam e da Princesa Evelyn, presa em um tipo de sonho causado pela doença. O livro está bem diagramado, mas repete os erros de revisão e tradução do livro anterior, o que tornou a leitura bem irritante algumas vezes pela falta de vocabulário para certas expressões. Foi bem chato ter que riscar o livro e anotar os problemas a cada página, pois eram absurdamente comuns. Sinto que se o livro não tivesse sido revisado. E também não há indicação externa de que este é o terceiro livro da trilogia. Para uma segunda edição, fica a dica. A tradução deste e dos dois livros anteriores ficou com Denise de Carvalho Rocha.

Ficção e realidade
Queria ter tido livros assim na minha época de adolescente, queria ter protagonistas como a Sam para me inspirar. Livros em que moças eram determinadas, independentes, que se lançavam em uma missão ao invés de ficar brigando para quem vai ficar com o menino mais gato da escola. Queria ler sobre essas heroínas destemidas, queria poder me identificar com garotas que tinham um propósito, ver jornadas que fazem sentido. Fico feliz demais de ver livros para o público juvenil com essa pegada e gostaria que as pessoas deixassem o preconceito de lado com este tipo de literatura, pois não sabem o que estão perdendo e nós ganhando.

Amy Alward

Amy Alward, que também assina como Amy McCulloch, o que me confundiu, admito, nasceu no Reino Unido, estudou em Toronto e hoje mora em Londres, onde trabalha. Formou-se em Letras, com ênfase em Literatura Inglesa e Medieval. Antes de se tornar escritora em tempo integral, ela foi editora chefe da divisão de livros infantis da Penguin Random House.

Pontos positivos
Protagonista feminina
Alquimia e poções
Zhanguo
Pontos negativos
Príncipe Stefan
Pode ser lento e repetitivo em algumas partes
Erros de revisão e tradução

Título: A Poção Mortal
Título original em inglês: The Potion Diaries: Going Viral
Série: Diário de uma garota alquimista
1. A Poção Secreta
2. A Poção Perdida
3. A Poção Mortal
Autora: Amy Alward
Tradutora: Denise de Carvalho Rocha
Editora: Jangada
Páginas: 352
Ano de lançamento: 2018
Onde comprar: Amazon


Avaliação do MS?
Tirando os problemas com revisão e tradução, que foram bem mais irritantes neste livro que no anterior, acredito que toda a trilogia vale à pena. Se você procura um mundo mágico, com excelentes personagens, uma construção de mundo bem feita e uma protagonista simpática e inteligente, esta é a sua trilogia. Gostaria muito mesmo que o universo fosse expandido para outros personagens, como Cleo Kemi. Me parece que pode vir um quarto livro, mas não sei dos detalhes ainda. Quatro aliens para o livro e uma forte recomendação para você embarcar nessa jornada!


Até mais! 🧙‍♀️


Já que você chegou aqui...

Comentários

Form for Contact Page (Do not remove)