Como é o meu processo criativo?

Recentemente me perguntaram no stories do Instagram como eu faço para criar posts para o blog, para o Instagram, analisar livros; como é o processo e como surgem as ideias. E aí eu percebi que não dá para definir exatamente como o processo acontece. Eu posso estar assistindo a um episódio de Star Trek e de repente surge uma ideia, uma cena, uma frase. O processo criativo é mais complexo do que parece.

Como é o meu processo criativo?




Criando os posts
Eu costumo programar os posts antes de postá-los. Assim que surge uma ideia, rascunho no próprio Blogger e deixo lá. As ideias para postar costumam vir, principalmente, de dois lugares: do Twitter e da Netflix. Isso porque ver séries e filmes me ajudam muito na hora de ter ideias para trabalhar. Sempre tem assunto, sempre, mas nem sempre existe a motivação necessária para escrever. É, acontece.

Não gosto muito de escrever e publicar. Faço com resenhas, algumas vezes. Nas últimas semanas aconteceu tanta coisa que dei uma diminuída no ritmo, cansada e esgotada do mundo, até mesmo de pensar, então deixei algumas postagens de emergência engatilhadas e elas foram publicadas nas datas que eu achava serem certas.

O Twitter é praticamente meu agregador de feed. É por ele que eu entro em contato com textos diversos, análises, livros e filmes. Não consigo nem imaginar a quantidade de ideias que essa rede já me rendeu. Aliás indico o Twitter para as pessoas especialmente por isso. Ainda que você não goste ou não consiga tuitar, o fato de você poder seguir sites já te deixa em contato com o mundo que a mídia tradicional não deixa. É no Twitter também que nomes para páginas na Wikipédia surgem. Quando eu menos espero, já criei uma página nova por lá por conta de algum perfil bacana.

Eu escrevo e leio muito rápido. Um post não leva mais que uma hora para sair, a menos que use muitas fontes. É a escrita que também me fornece a compreensão para um determinado assunto. Até sentar para escrever, eu não sei o que penso ou acho sobre alguma coisa. Essa talvez seja a minha dificuldade com vídeos, mesmo sabendo que eu poderia fazer um roteiro. Não conseguiria ter a espontaneidade de um texto.


Imageando
A imagem do post é criada no Canva com base em imagens gratuitas. Em alguns casos, como deste post, a foto é minha e depois tratada no Canva para compor o post. Geralmente eu a crio antes de começar a escrever o texto. Por alguma razão, muitas vezes, ela me ajuda a redigir. Acho que pela sensação de ter um componente visual que esteja de acordo com a temática.

Meu Instagram, por sua vez, acabo usando para divulgação de livros que recebo de editoras, às vezes umas fotos de gatinhos. No stories, além dos desabafos costumeiros, em geral falo dos posts ou de livros recebidos. Como estou sem meu notebook, não é a qualquer momento que consigo criar imagens de posts para postar por lá.

Apesar de ter um blog há tanto tempo e de contar com uma base sólida de leitores, não consigo ver este espaço como uma empresa, como um negócio. Para mim, ele ainda é um espaço muito pessoal, um repositório de ideias e das coisas que mais gosto de discutir. Talvez seja isso que não me faça adotar uma postura que possa parecer corporativa, com imagens padronizadas de posts no Instagram ou calendários de postagens. Não existe uma equipe por trás do Momentum Saga, só tem eu. E eu fico bem cansada às vezes.

Também me organizo para postar. Tenho um planner onde organizo resenhas, principalmente, com um dia ou outro de diferença entre elas. Mas isso é apenas para meu controle, não é exatamente para criar. Não faço posts a mão, escrevo direto no computador, ainda que seja só o rascunho. Tendinite agradece.


E a ficção?
Sei que muitas escritoras já ouviram a máxima "escreva todos os dias". Mas isso só funciona para mim se eu tiver cozinhado a ideia na cabeça por um bom tempo. Meses até. Uma vez que a ideia esgota, eu posso parar por uns dias, semanas e depois retomar. Eu já escrevo todos os dias para o blog, invariavelmente. No que se refere à ficção, porém o processo é um bocadinho mais longo.

Já me senti culpada por isso, por não conseguir escrever todo santo dia. Que escritora fake que eu sou! Mas é apenas o meu ritmo que é diferente. Se você não escreveu hoje, não se culpe ou se martirize por isso. Leonardo da Vinci dizia que as ideias precisam de um tempo para assentar até o momento em que podem ser colocadas no plano físico. Várias das minhas ideias para textos ou cenas em algum livro vieram da pura e simples procrastinação, quando eu assistia a um episódio de Star Trek ou vendo algum filme na Netflix.

O importante, porém é ter um lugar para anotar suas ideias. Às você pode sentir que a ideia veio e não tem como trabalhar nela naquele momento. Anote de alguma maneira. Se não tiver um caderninho com você, anote no celular mesmo. Eu uso o Google Keep, que sincroniza com o navegador quando você abrir o Google. Se estiver impossibilitada de digitar, use o gravador de voz. Todo celular tem um e é uma mão na roda na hora de gravar lembretes e ideias.


Revisar é preciso
Depois que fiz a parte da escrita e da imagem, eu reviso o que fiz. Se for preciso colocar links no final do texto, é nessa hora que eu coloco. Como eu escrevo meus textos direto no HTML e não no editor de textos do Blogger, insiro os códigos necessários para a postagem sair bem bonitinha. É nessas horas que eu caço os erros de digitação ou de português, porque é normal e acontece, e ainda assim sai coisa errada em praticamente qualquer post. Volta e meia estou lá arrumando post da semana passada.

Aqui entra também um conselho: LEIA. Aí você pergunta: o que exatamente? Tudo. Qualquer coisa que cair na sua mão. Eu leio os textos que tuito, por exemplo e por isso eu fico bem irritada quando as pessoas comentam com base no título, sem nem abrir o conteúdo. Aqui no blog então é direto alguém comentar sobre algo que estava no texto que ela não leu. A leitura faz parte do ofício do escritor. Não há como você escrever sem ler. Quem traduz textos é a mesma coisa. Mais do que conhecer o idioma estrangeiro é preciso conhecer nosso vocabulário em profundidade, ou você vira um tradutor de Netflix.

Ler, especialmente ficção, também nos torna mais empáticos, nos faz pensar pelo viés do outro e ao fazer isso você acaba alimentando sua criatividade. Acredito que tudo o que os nossos sentidos captam podem contribuir para o processo criativo. E você pode exercer a criatividade de diversas formas, não apenas na escrita. Se você improvisa um almoço com o que tinha na geladeira, está usando sua criatividade. Alimente isso, capte tudo o que puder, mas sem sobrecarregar a mente. Tudo vai servir em algum momento.


Comente sobre o seu processo criativo!

Até mais!

Já que você chegou aqui...

Comentários

  1. Além do conteúdo, eu gosto do seu blog justamente por ele não ser automatizado e com publicações "rigorrosas" ("" = sotaque "alemão" rsrsrsrs). Eu não conseguiria acompanhar se fosse assim :-)

    Muitas das coisas que você comenta no texto eu uso para escrever. Ideias vêm em momentos inusitados, sempre anoto no celular ou num papel. Não sou escritor (como você), escrevo sobre resultados de laboratório ou de simulações computacionais de engenharia. Para mim funciona se afastar do texto por um tempo, ler e reler, jogar as ideias mesmo que ainda bagunçadas e ajustar tudo depois. Ler coisas das mais variadas possíveis ajuda muito (só reforçando pra galera!).

    P.S.: Aguardando a continuação de "Deixe as estrelas falarem".... =D

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  2. Sempre bom saber como é o processo criativo dos escritores. E eu também gosto de ter um lugar para anotar as ideias que aparecem. Eu rabisco muito, meus cadernos e blocos de notas vivem rabiscados de desenhos e anotações que só eu entendo. rs E o Twitter é ótimo mesmo como agregador e pautas.

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  3. Eu tenho mil ideias guardadas no Google Keep e em planilhas, mas nada sai há tanto tempo... O lado bom é que parei de me cobrar. Agora também estou convencida de que é melhor deixar as coisas se assentarem. Enfim, muito bom ler este post :) Sempre fico admirada com o quanto você produz!

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