A injustiça com Stargate Universe

Admito. Fui injusta com Stargate Universe. Terminei de assistir às duas únicas temporadas da série, o terceiro seriado baseado no universo ficcional do filme Stargate (1994) e percebi que, mesmo com os problemas óbvios, a série tinha um grande potencial. Uma pena que os "magos" da televisão resolveram cancelar a série tão prematuramente e os fãs, em sua maioria, não entenderam ou não quiseram entender a SGU.

A injustiça com Stargate Universe

Quem conhece alguma coisa de Stargate deve lembrar que o filme fala sobre um aparato alienígena - o stargate - que consegue criar um wormhole através de seu material super condutor para ligar dois pontos diferentes do espaço. Para isso, é preciso discar o endereço para onde você pretende ir, usando seis pontos fixos no espaço, mais um ponto de origem. A viagem é instantânea. Para voltar, feche a passagem por onde veio e disque o mesmo endereço, apenas mudando o ponto de origem.

Em 1997 começou a série Stargate SG-1, que durou dez temporadas. Já perto do final de SG-1, estreou Stargate Atlantis, que se passava na galáxia Pégaso, mantendo as mesmas características da série principal. E no último ano de Atlantis, que foi cancelada sem uma finalização decente, estreava Stargate Universe, em 2 de outubro de 2009. Os problemas começaram neste exato momento. Fãs órfãos de SG-1 tinham Atlantis. Como eram duas séries caras, a MGM apostou em Universe e cancelou a prima anterior. O descontentamento dos fãs começava aí.

Stargate Universe fala de uma tripulação de mais ou menos 90 pessoas presas na nave Destiny. O Stargate é um aparelho que guarda muitos segredos. Ninguém entendia porque era possível discar até 9 pontos, quando a maioria dos endereços só tem sete. Descobrimos que o 8º chevron abre um portal para outra galáxia, o que requer uma quantidade absurda de energia. Já o 9º chevron, permanecia um mistério. Para tentar descobrir como resolver este problema matemático que ninguém parecia ser capaz de resolver, os militares e os cientistas do comando Stargate colocaram o enigma em um jogo online chamado Prometheus.

E alguém adivinhou a charada. Um rapaz desempregado, mas com inteligência acima da média, o nerd Eli Wallace, jogando muitas horas online, descobriu o enigma. Logo depois, ele recebe a visita dos militares e é convidado a participar do programa, sendo levado até o planeta Ícaro. Este planeta é especial, pois possui grandes depósitos de naquadriah, um mineral semelhante ao naquadah, do qual os stargates são feitos e, portanto, é supercondutor. Com essa energia extra seria possível abrir o 9º chevron para descobrir para onde ele vai.

Mas a base é atacada pela Aliança Lucian, que ocupou o vácuo de poder dos Goa'uld. Eles só tem uma chance de abrir o stargate: ir para a Terra em segurança, ou descobrir o que tem do outro lado do 9º chevron antes que o planeta exploda com a sobrecarga causada pelo ataque nos depósitos de naquadriah. O cientista chefe do projeto, Dr. Rush, vai na segunda opção. Isso os leva à nave Destiny, lançada pelos Antigos, a raça que criou os stargates, há muitos milhões de anos atrás. Ela é velha, está com o suporte de vida saturado, sem suprimentos, brechas no casco e eles são obrigados a sobreviver neste ambiente.

Elenco de Stargate Universe
Da esquerda para a direita, Sg. Greer; Camile Wray; Coronel Young; Samambaia, digo Chloe; Dr. Rush; Tenente Scott; Tenente Johansen; Eli e; coronel Talford.

Quando a ideia surgiu, os produtores queriam um enredo mais maduro que os das duas séries anteriores, que não fosse repetitivo e que também fosse mais barato de produzir. A premissa de SGU é o drama humano. Como sobreviver em uma nave velha, imprópria para os humanos, que está há bilhões de anos-luz da Terra? Não parece realmente muito lógico que você deixe escapar a chance de ir em segurança para casa para ir em busca do desconhecido, mas o Dr. Rush é um homem que não tem nada a perder na Terra e com isso ele leva todo mundo junto.

Eu realmente estranhei quando assisti SGU pela primeira vez. A série não segue o ritmo das anteriores e tem alguns problemas, como personagens que não fazem absolutamente nada na série. Apelidei Chloe carinhosamente de Samambaia, pois ela não serve para nada naquela tripulação toda, NA-DA. Também tem os estranhos eventos místicos, como uma nave cheia de ex-tripulantes que ficaram para trás num planeta há uma porrada de anos-luz atrás, que do nada aparece no caminho da nave principal. Mesmo assim, os dramas à bordo da Destiny são pertinentes, bem trabalhados. Eles vivem constantemente no limite. Sem café, sem cigarros, sem chocolate, sem televisão, as pessoas precisam cooperar para sobreviver. As poucas missões fora da nave são para conseguir comida e água potável.

A disputa entre militares e civis também merece destaque. Eles constantemente transitam entre uma ditadura e uma sociedade civil. Problemas médicos são difíceis de tratar, pois à bordo existe apenas um paramédico e poucos militares treinados para lidar com emergências médicas. O pouco que eles conseguiram evacuar da base em Ícaro é tudo o que têm. E claro, a disputa entre o Dr. Rush, que esconde informações sobre o funcionamento da nave e o coronel Young, comandante da missão. Atores famosos na televisão como Ming-Na, interpretando Camile Wray, Robert Carlyle como o intrigante Dr. Rush, temas e problemas muito humanos eram temperos que deveriam ter dado certo.

Seu enredo mais maduro, mais focado nas pessoas do que no Stargate e nos mundos os quais ele liga, não é tão repetitivo. E isso não cativa imediatamente a quem assistiu por mais de dez anos da estrutura anterior. Acredito que o erro foi o cancelamento de Atlantis, que teria mantido um certo número de fãs, enquanto outros migravam para SGU. Mas a concordata da MGM e o fim do financiamento para ambas, a greve dos roteiristas em 2007-08 e a produção de Atlantis e do filme para a TV Stargate Continuum obrigou os produtores a cancelar uma delas.

Destiny

É uma pena que a série tenha sido cancelada. A premissa dela era muito interessante. Na segunda temporada, o espectador descobre qual era a missão da Destiny, o que torna tudo mais interessante. Mas a terceira temporada nunca veio. Se você assistiu ou não assistiu SGU, deixe seu comentário. Acha que a série poderia continuar? Assistiria com base no que leu aqui?

Até mais!

Já que você chegou aqui...

Comentários

  1. Essa série é Dr.Rush e amigos, e a personagem da MingNa Wen. Eu assisti a primeira quase toda na época em que estava assistindo tudo em que o Robert Carlyle aparecia. Eu tentei ver a sg1, por causa do arco arturiano, mas não rolou não. Até por ser uma série mais antiga, talvez. Pq né, por mais que a Chloe não tenha nada pra estar ali, acho que essa era a intenção mesmo. Ela e o Eli, na verdade, pareciam ter caído ali de paraquedas.
    Quando você assistiu, você quis bater no Rush ou no Young?

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    1. Eu queria quebrar o Rush na porrada, porque o Young cumpria ordens, mesmo não gostando, ele era um pau-mandado. O Rush tinha uma agenda própria, mesmo que isso colocasse a nave em perigo e eu acha isso um absurdo.

      O arco Arturiano de SG-1 precisava de mais tempo pra desenrolar. Foram 7 anos pra derrotar os Goa'uld, como eles derrotariam os Ori, inimigos ancestrais, em apenas 3? Acho que faltou desenvolvimento e tempo mesmo.

      =)

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  2. SG:U pra mim fez com que a diversão "mosntro da semana" de SG-1 e SG:A se tornassem mais adultas, como vc bem apontou, e levou pra um universo que eu realmente gosto demais (desde o filme <3) uma vibe meio battlestar galactica...

    A chloe de fato era uma samambaia na Destiny, atrapalhava mais do q qualquer coisa, e poderia ter sido explorada enquanto personagem crítico, já que não contribuia em praticamente nada na nave, mas continua consumindo reccursos. talvez, num futuro quando a destiny chegar a uma outra galáxia e a tripulação acordar - pq eu sonho q SG:U vai voltar um dia - resolvam melhor algumas dessas pontas soltas

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  3. Eu acho as tres series fantasticas embora apresentem problemas aqui ja mencionados como o hilario fim dos oris em tres temporadas e ainda mais deixando aberto o destino dos pre-oris sendo q estes sem a existencia dos oris, impossivelmente manteriam o poder q tinham, ja q o msmo resultara da existencia dos oris, ou seja, nem sequer pilotar a nave mais eles poderiam, embora o terem feito de qualquer forma. O fim do SG-1 teve na minha opinião, o episódio mais cativante de todos. Eu penso, q o maior erro foi terem investido dinheiro em filmes como continuum. Nao é ruim, mas acho q foi meio desnecessário pois teriam feito melhor investindo nas duas series seguintes. Fato é q a mgm perdeu um pouco de crédito pois o cancelamento de series com grandes potenciais parece ja ser algo de rotina na mgm o q é bastante constrangedor. E ela não é a única nos eua com costume de produzir series e cancelar logo a principio por razões como más investições em coisas extremo-superficiais como programas de pseudo-reality-wannabeshit. De qualquer forma, como grande admirador e fã de Erik van Denniken e suas fantasticas teorias científicas e livros como "Eram Os Deuses Astronautas?" nao posso fazer mais do q tbm continuar rezando para q homenzinhos verdes invandam a sede da mgm e forcem estes a retomar as gravações de SGU, ou q no minimo a propria mgm reconheça q ta na hora de "calar a boca e tirar o dedo do nariz" -como ja diziam mamonas assassinas- e voltar a gravar a universe e arrumar um jeito de eliminar chloe pq se tem uma planta q acho besta, é a samambaia! Abrçs e bom domingo pra todos os fãs de SG e de MS!

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  4. Pena também que o reboot foi cancelado. A série toda é magnifica(|SG1,Atlantis e SGU) e deveria continuar. É uma pena que tenham desistido.

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    1. Pena nada! Emmerich ia desconsiderar todo o canon das séries e começar do zero. Acho que ele enfim percebeu o tiro no pé que isso seria e cancelou.

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    2. Concordo. Seria uma desgraça fazer isso com a franquia. Temos agora o Stargate Origins à frente no lugar do ramake, estou ansioso e espero que faça jus à tudo que o Stargate é.

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  5. Com certeza, gostaria que a serie continuasse, pois temos poucos filmes de ficção cientifica tao bem elaborados.É uma pena nao ter a terceira temporada.

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  6. Parei de assistir SGU ainda na 2ª temporada por ter tido raiva quando soube que havia sido cancelada. Assisti toda a franquia Stargate, exceto o Infinity que não tem nada com nada. Amo, adoro as ideias de Stargate, é inspiração aos amantes da ciência (ou de ficção, como quiser chamar). Voltei a assistir este mês (11/2017) as duas temporadas de SGU e foi FANTÁSTICO! Havia esquecido de muita coisa e foi tudo relativamente novo pra mim. Mas fico muito triste ao saber que não voltarei a ver a Destiny. Houve episódios e fatos que ficaram sem muita explicação, mas nada que estragasse a série. Nós amantes da série temos agora uma nova esperança, o Stargate Origins que, espero muito, reviva a franquia e NÃO seja cancelada de novo.

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  7. Pena que quando a série é boa, inteligente. Tem pouca audiência. Uma pena foi a melhor série de ficção científica que assisti

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  8. Série Fantástica!!!
    Melhor do que vivemos gloriosamente, na terra, é estarmos no "mundo da lua" de Stargate...
    Desejo o retorno, avise-nos se souber algo!!!
    ;)

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  9. Para mim as três melhores séries de ficção científica. Pena mesmo que sga e sgu terminaram prematuramente. Se algum dia voltar como irão fazer pois os atores estão mais velhos...

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  10. Peguei uma raiva da serie, simplesmente por ter sido cancelada, ficou muita coisa boa sem resposta como a mensagem, e quem era a raça que criava planetas.

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  11. Sou fã de SG1 e vi parte de Atlantis. Estou assistindo SGU agora já sabendo que ficou pela metade, mas estou "pagando pra ver". Acabei a primeira temporada e gostei: realmente a pegada de trabalhar mais os aspectos/dramas humanos ao invés daquela ideia de várias missões em planetas diferentes agregou um bucado à profundidade da série e personagens (Chloe não conta mesmo kkkkkk). Comparando com SG1 que durou mto tempo, SGU conseguiu trazer mais facetas pros personagens em menos de uma temporada (em SG1 foram 10 temporadas e os personagens parecem mais rasos). No fim, pra mim os personagens são bem humanos mesmo: às vezes odeio o Rush, às vezes o compreendo e concordo e isso segue para o Young e demais personagens. Pena que foi cancelada prematuramente. A franquia é massa e tem um universo próprio que me cativa: não tem altas explicações sobre a tecnologia e tals, ela simplesmente funciona.

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  12. Gostaria realmente de ver um final, ficou muita coisa no ar, muita curiosidade... como descobrir o que tem no restante da nave...

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  13. Amei todas as series Stargate. SG1 foi muito legal, os personagens eram ótimos e as missões lite, nada apavorante mas o suficiente emocionantes para te manter ali, de volta. SGA foi maravilhoso também. Os personagens mais aprofundados, as transições de mundos mais frequentes, as naves mais avançadas. Para o amante da ciência, um prato cheio, a cidade que emerge da água, o portal e nave que passam pela stargate. Nossa revejo sempre quando posso. SGU foi demais, mais dark, mais pesada. O mergulho no drama dos personagens foi na conta. A nave maravilhosa, precisava ser explorada, era enorme e a passagem perto do sol para se abastecer aff! Um dos momentos que me lembro bem. O garoto nerd que veio do nada e acabou sendo um dos personagens mais importantes. E ficamos na curiosidade com o que aconteceria quando chegassem a outra galáxia. Nossa, deu vontade de ver tudo de novo. Amei os filmes mas não se comparam as series. Muita saudade daquele mundo Stargate. Sou fã incondicional.

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  14. Achei SGU muito interessante. Fiquei com um nó na garganta de não ver seu final

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  15. Venho de 2021 dizer que vi Atlantis primeiro fiquei com curiosidade assistir o filme não me contentei assistir o SG1 tô para terminar essa semana as temporadas e tô com sede de quero mais pesquisei sobre a pois sabia que foi suspensa e não sabia e até agora não sei o motivo que foi suspensa estou pensando se eu assisto ou não um seriado que não terminou estou com medo de me frustrar...

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  16. Olá! Acompanhei de perto as três séries e os filmes de Stargate como bom fã. Na minha opinião SG1 e SG Atlantis sofreram do formato "esticar ao máximo" o "time que está ganhando". Brad Wright e Robert Cooper, com todo o respeito, e entendendo o contexto dos anos 90, apostam em suas séries (Travellers sofre do mesmo) na introdução de tramas e sub-tramas adicionais e, na minha humilde opinião, perdem-se em seu desenvolvimento e desfecho. O desfecho dos Goa-uld foi pobre e dos Ori muito confusa e com um desfecho preguiçoso em um filme à parte. SGU infelizmente sofre da mesma moléstia criativa, mas pelo menos há um final alternativo, atrelado ao episódio onde se instala o paradoxo de a tripulação e a Infinity estarem duplicados... Com os rumores de nova continuação e mesmo reboot da franquia, gostaria de ver uma construção mais madura e menos confusa dos argumentos! Vida Longa e Próspera!

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