O futuro das cidades

Sempre é difícil falar do futuro. Como prever? Como saber o que vai acontecer? Nem temos certeza se a raça humana vai continuar no ritmo atual ou se uma guerra mundial vai explodir. A única coisa que podemos fazer é supor. E este post vai falar de tendências com base no que é visto hoje para as cidades do futuro.

O futuro das cidades





No ano 1700 menos de 10% da população mundial viva nas cidades, segundo a ONU. A taxa hoje ultrapassa os 50%. Em 2015 é provável que o mundo tenha mais de 25 cidades com mais de 10 milhões de habitantes. É uma previsão bem no estilo Blade Runner. E temos algumas tendências para analisar:


4. Engenharia
A quarta tendência é relacionada à arquitetura e à engenharia de nossas cidades. Se tem uma coisa que a tragédia do desabamento dos prédios no Rio de Janeiro nos mostrou é o desgaste e a fragilidade de nossas construções, saturadas ao longo do tempo e sem manutenção. Se foi a reforma, se foi o terreno alagadiço, se foram obras do metrô nos anos 70, a tragédia mostra como as grandes cidades se encontram: construções exauridas, aos pedaços, pouco adequadas ao cenário atual e com falta de espaço, em especial nas porções centrais, já envelhecidas.

Elas precisarão com urgência passar por reestruturações urbanas para acomodar os habitantes de maneira segura, inclusive aqueles que precisam de maior atenção, como os deficientes visuais, auditivos e com problemas de mobilidade. Além desta reestruturação, é preciso haver um pensamento voltado novamente para a sustentabilidade. Casas mais saudáveis, que demandem menos recursos e poluem menos.


3. Conectividade
A terceira tendência é a respeito da conectividade. Trabalhar em casa se tornará mais comum, graças à internet e à desmaterialização dos locais de trabalho, que deverão existir de maneira institucional, mas não terão uma localização exata. Casas, prédios, celulares e tablets poderão estar conectados o tempo todo através da rede wi-fi espalhada pelas cidades.

A necessidade de interconectividade é tão grande que o metrô de São Paulo colocou antenas de serviço de telefonia celular em seus túneis. Não quer dizer que todo o sistema será desmaterializado, mas ele ficará cada vez mais comum. Ainda existirão empresas, fábricas, mas o funcionário não terá tanta necessidade de estar fisicamente trabalhando na empresa.


2. Transportes
A segunda tendência é a maior utilização dos serviços de transporte público, em especial o metrô. De nada adianta veículos pessoais menos poluentes ou limpos se o sistema viário é pequeno e lento. São Paulo, que cresceu sem planejamento, sem arruamento correto, com vielas estreitas e avenidas de baixo porte já vive o terror do trânsito, batendo recordes de mais de 100 km de trânsito parado por suas vias.

O sistema de transporte, saturado, apesar das boas condições dos ônibus e do metrô, não consegue dar conta do movimento diário de mais de cinco milhões de pessoas. É o resultado de anos de descaso que agora aparecem e contribuem para a perda de investimentos e de empregos. Também faltam investimentos em transportes alternativos e para bicicleta, o que tiraria muita gente de seus carros e dos coletivos.


1. Sustentabilidade
Se as tendências atuais se mantiverem, os grandes centros urbanos deverão passar por mudanças bastante significativas, tendo que começar ontem. A primeira delas é com relação ao lixo: ou elas buscam maneiras sustentáveis de lidar com ele ou será enterrada por ele.

É preciso que sistemas eficientes de reciclagem de lixo, água e esgoto e produção de alimentos sem desperdício se firmem para garantir a vivência e porque não a sobrevivência no ambiente urbano. Não devemos esquecer que o desperdício hoje é ainda mais crônico que a falta de comida em si. Rios sujos e saturados, falta de água, enchentes, tudo isso tem a ver com a maneira pouco sustentável de lidar com os problemas das cidades.


Todas estas tendências se confirmarão? Difícil saber. Vai levar tempo? Difícil novamente. Algumas estão acontecendo como a questão das redes wi-fi pelas cidades (se não na cidade toda, ao menos em algumas regiões centrais e importantes). Mas não devemos ignorar que os problemas existem e que precisam de solução. Ela pode ser cara e demorada, mas os benefícios serão sentidos por gerações. Também não podemos esquecer que o é que importante nunca muda. Ou seja, algumas coisas que hoje nós fazemos, fazemos há muito tempo e continuaremos fazendo nas cidades, que é encontrar as pessoas e interagir socialmente.

Até mais!

Fontes:
Estadão - Cidades Partidas
Intercon
Goosposs


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