Personificação do céu

Urano parece ser do contra. É o único do Sistema Solar cuja rotação é na horizontal e não na vertical. É, ele é deitado, enquanto todos os outros giram mais ou menos em pé. Acredita-se que ele tenha sofrido alguma colisão com outro corpo celeste que o teria derrubado, deixando-o com a órbita deitada quando comparado com outros planetas do Sistema Solar.

Personificação do céu

Urano na mitologia grega é a personificação do céu. Foi gerado por Gaia (a Terra) e casado com ela. Odiava seus filhos e os mantinha presos dentro de Gaia, até que um dia, ela deu uma foice a seu filho Cronos e num ato de extrema violência, castrou seu pai, jogando os testículos no mar, que deu origem a Afrodite. Mesmo sendo o deus original que deu vida a todos os outros deuses e aos titãs, ciclopes e hecatônquiros (seres bestiais com 50 cabeças e 100 braços), nenhum culto a Urano sobreviveu à época clássica grega. Seu equivalente na mitologia romana é Caelus, que deu origem a caelum, que quer dizer céu. Urano era um dos deuses primordiais, os Protogonos, aqueles que surgiram antes do tempo ser tempo, surgiram no momento da criação e compõem a estrutura básica do universo.

O planeta é o sétimo a partir do Sol. Quando comparado aos parceiros gasosos, ele não apresenta grandes tempestades, nem manchas incrivelmente tempestivas. Sua maior característica é a inclinação de quase 90° em relação ao eixo, não só do planeta em si mas também de seus finíssimos anéis (cerca de 9 deles), de seus satélites naturais e de seu campo magnético. Ou seja, ele deve ter sido formado desta forma notável ou foi derrubado por uma forte colisão em seu passado longínquo.

Os romanos já tinham conhecimento das "estrelas errantes", mas Urano não é visível a olho nu e portanto ele foi apenas observado e classificado como planeta no século XVIII por um músico da corte do rei George III da Inglaterra. Até Galileu o confundiu com uma estrela.

Urano
Com 27 satélites naturais, nenhum deles apresenta atmosfera e seus nomes foram retirados de obras de Shakespeare e Alexander Pope, quase todos de personagens femininos. Alguns deles inclusive orbitam o planeta no sentido contrário ao de sua rotação.

Uma de suas luas mais interessantes é Miranda. Ela tem menos de 500km de diâmetro mas sua superfície é tão sulcada por impactos, desfiladeiros e penhascos, que acredita-se que algum objeto próximo ao seu tamanho, tenha se chocado no passado com ela e a gravidade acabou por puxar todos os pedaços de volta, dando-lhe seu aspecto fraturado. Ao mesmo tempo, a poeira do desastre foi agarrada pela órbita do planeta e contribuiu na formação de seus anéis.

Urano é classificado junto com Netuno como sendo um planeta gelado, enquanto Júpiter e Saturno são considerados planetas quentes. Sua atmosfera gelada de -220°C é composta especialmente por hidrogênio, hélio e metano e seu núcleo, supõe-se, seja sólido, composto por rochas e gelo de diversos tipos. É o metano o responsável por sua cor azulada, já que ele absorve o espectro vermelho da luz solar.

Peculiar e estranho, frio, isolado, do contra. Urano pode ainda reservar mais surpresas, afinal, ele está no limite de resolução dos satélites terrestres, até do próprio Hubble. Quem sabe, este gigante do céu, a personificação da órbita celeste seja tão importante quanto foi na criação da mitologia?

Até mais!

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